As auroras boreais e austrais parecem obra de feitiçaria. Descubra mais sobre este impressionante fenómeno, e saiba onde é mais provável acontecer.
O nome “aurora boreal” foi cunhado por Galileu no século XVII, em homenagem à deusa romana do amanhecer, Aurora, e ao deus grego do vento norte, Boreas. O astrónomo renascentista acreditava que tinha observado uma reflexão da luz solar na atmosfera.
No entanto, hoje sabemos que este fenómeno não é uma mera reflexão de luz, mas sim o resultado de uma interação entre partículas solares e gases presentes na atmosfera.
Os ventos solares transportam partículas com carga elétrica (iões) para a atmosfera terrestre. Ao atingirem o campo magnético do nosso planeta, alguns dos iões ficam presos numa camada chamada ionosfera, onde chocam com gases (sobretudo oxigénio e azoto). Essa interação leva à libertação de energia sob a forma de partículas de luz (fotões).
É por isso que vemos “lençóis” de luz verde, azulada ou roxa no céu – sendo que a cor varia consoante a altitude e os compostos gasosos. Já foram detetadas auroras em todos os planetas do sistema solar à exceção de Mercúrio. Na Terra, o fenómeno acontece sobretudo nos pólos magnéticos Norte e Sul.
Ilustração da interação entre os ventos solares e o campo magnético da Terra
Embora o termo “aurora boreal” seja mais comum, é provável que já tenha ouvido falar também de “aurora austral”. A diferença entre estas auroras é a sua localização: quando ocorrem no hemisfério norte, chamamos-lhes boreais; quando ocorrem no hemisfério sul, austrais.
As auroras boreais são também conhecidas, em inglês, como Northern Lights.
Aurora boreal entre dois fiordes em Tromsø, na Noruega
Os destinos longe da Linha do Equador têm mais probabilidade de receber auroras, especialmente nos meses de inverno, quando as noites são mais longas e escuras.
Hemisfério Norte
Hemisfério Sul
Embora seja comum os amantes de natureza viajarem para países nórdicos ou, pelo contrário, para destinos mais a sul para ver auroras, por vezes é possível observá-las aqui na Península Ibérica.
Isto acontece no contexto de tempestades geomagnéticas causadas por explosões na superfície do Sol. Não é, por isso, um fenómeno frequente; mas o nosso país já o testemunhou três vezes num só ano.
Este acontecimento inédito pintou os céus portugueses de rosa em regiões tão diferentes quanto Vila Real, Covilhã, Seia, Arouca, Castelo Branco, Leiria, Portalegre e Évora.
Efetivamente, de Trás-os-Montes ao Alentejo, passando também pelos Açores e pela Madeira, foram muitos os portugueses a testemunhar este espetáculo da natureza.
Aurora boreal na Ilha Terceira, Açores. Fotografia de António Araújo/Lusa
Locais ideais para ver auroras
Quanto menos poluição visual, melhor. Por isso, para aumentar as possibilidades de ver auroras boreais ou austrais, deve optar por destinos no interior (longe da iluminação das cidades), com altitude elevada, e durante os meses de inverno.
Deve também consultar websites de meteorologia que incluam previsões sobre a atividade solar, como o Space Weather Live ou o NOAA Space Weather Prediction Center. Assim, se os meteorologistas anunciarem um “alerta de aurora”, já sabe: há que procurar um local inóspito, vestir um bom casaco, e prestar muita atenção ao céu durante a noite.
Registar o momento
Para fotografar auroras, aconselhamos que utilize um tripé e faça longas exposições. Se quiser, pode até preparar-se de antemão para o grande momento.
No rescaldo da observação de auroras, pode relatar o que viu e partilhar as suas imagens online. Todos agradecemos!
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