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Como gerir a influência do marketing nas suas compras?

20 ago 2021 | 7 min de leitura

Esteja atento e aprenda a gerir a influência do marketing nos seus comportamentos de consumo. Veja como evitar as compras por impulso.

Influência do marketing na vida das pessoas

Tem consciência da influência do marketing na sua vida e nos seus hábitos de consumo? Sente que já tomou decisões ou fez compras com base em campanhas apelativas ou por pressão de um vendedor? Sim, o marketing assume muitas formas e nem sempre é um bom conselheiro.

 

Situações tão banais como as campanhas “leve 3 e pague 2” ou meios mais sofisticados, como um aroma criado para que passe mais tempo numa determinada loja, fazem parte do nosso dia a dia.

 

Em comum têm o facto de serem instrumentos criados pelo marketing, com o objetivo de influenciar o consumidor. Num dos casos, para levá-lo a adquirir mais produtos do que tencionava. Noutro, para que se sinta confortável num determinado espaço, despertando sensações que acabam por conduzir também à compra de um ou mais artigos.

 

O cheiro do pão quente a percorrer a vizinhança, um slogan apelativo que nos faz sorrir ou uma música que fica no ouvido são formas de marketing que apelam aos sentidos. E que, por isso, são tão eficazes.

 

Por vezes o marketing acaba por ser mais subtil, mas nem por isso menos eficaz. Quando, por exemplo, cria mensagens que apelam aos sentimentos mais básicos do ser humano, como o medo e a rejeição da dor ou a procura de prazer e bem-estar.

 

Quantas vezes já não se emocionou ao ver um anúncio de Natal? Ou sentiu receio perante a ideia de perder os seus bens? Sejam marcas de refrigerantes ou empresas de seguros, todas têm um objetivo comum: a diferenciação, para que, na hora de escolher, sejam as eleitas pelo consumidor.

 

Isso é mau? Não necessariamente. Todos somos consumidores e, a dado momento, todos fazemos escolhas. Importante é percebermos se, essa influência, nos está a fazer tomar decisões acertadas ou nos “obriga” a adquirir o que não precisamos.

 

Vejamos, então, alguns dados sobre o marketing e a sua influência na vida das pessoas.

 

 

A forma como o marketing influencia o consumo

Ter noção da influência que o marketing pode exercer nas suas compras e hábitos faz com que consuma de uma forma mais consciente.

O que é bom para as suas finanças pessoais, mas também para o ambiente, já que muitas vezes estas aquisições são pouco sustentáveis. E acabam no lixo ou a ocupar espaço lá em casa.

Marketing nas redes sociais

O marketing já não se limita à forma como os produtos estão dispostos nas prateleiras dos supermercados - por falar nisso, já reparou quantas vezes os chocolates estão perto das caixas de pagamento? - ou aos patrocínios a eventos como festivais de música e equipas de futebol.

 

Todos passamos cada vez mais tempo online e quase todas as pessoas têm presença numa rede social. Por isso, as marcas têm apostado cada vez mais no digital. E não apenas com publicações virais ou contratos com influencers, mas também com formas que permitem passar da rede social para a loja online, em poucos cliques.

 

Se até aqui tínhamos de sair de casa, ver a montra da loja, experimentar o produto, decidir e comprar, agora tudo se passa em poucos minutos e sem sair do conforto do sofá.

 

A marca x publica um post com as promoções, mas já com um apelativo “comprar”, o que pode ser feito sem sair da aplicação. Basta clicar, pagar e em pouco tempo vai receber em casa o que escolheu.

 

Um estudo da agência Samy Road, publicado em fevereiro de 2021, indica que 40% das marcas usam as redes sociais para gerar vendas; 30% dos consumidores admitem que fariam compras diretamente através delas.

 

Outro estudo do grupo Marktest, feito em 2019, revela que os próprios consumidores sabem que o facto de seguirem uma marca nas redes sociais influencia as suas opções de compra. Numa escala de 1 a 10 (sendo que 1 é pouca influência e 10 representa muito), a média das respostas ficou nos 7.2. Ou seja, existe uma consciência da influência do marketing nas compras.

E as crianças?

Se esta influência é mais ou menos consentida nos adultos, nas crianças a situação é diferente e, por isso, mais preocupante.
 
Quantas vezes já comprou um determinado produto ou serviço a pedido dos seus filhos? A influência dos mais novos nos hábitos de consumo dos adultos pode ser maior do que pensa. E, por isso, as estratégias de marketing incidem bastante sobre esta faixa etária.
 
O estudo “The impact of marketing through social media, online games and mobile applications on children's behaviour” (O impacto do marketing através das redes sociais, jogos online e aplicações móveis no comportamento das crianças), elaborado pela Direção Geral Justiça e Consumidores da Comissão Europeia, mostra a forma como os mais novos são influenciados pelo marketing.

Entre as conclusões deste trabalho estão alguns pontos que podem servir como um alerta para os pais:
 
  • Jogos online, apps e redes sociais usam técnicas de marketing sofisticadas e pouco transparentes;
  • Alguns jogos online incentivam as crianças a gastar dinheiro para continuar e ou melhorar a experiência de jogo;
  • Os anúncios publicitários influenciam, de forma significativa, o comportamento das crianças entre os 6 e os 12 anos;
  • A maioria dos pais não está preparada para proteger os filhos contra as práticas de marketing online.
 

 

Como escapar à influência do marketing

Sim, o marketing influencia a vida das pessoas. Mais cedo ou mais tarde, qualquer consumidor pode ser persuadido a adquirir um produto ou serviço desnecessário ou demasiado caro para o seu orçamento familiar.
 
Muitas vezes, o que se vende não são bens, mas sim experiências ou estilos de vida. Provavelmente comprou determinado champô não porque acreditava na eficácia do produto, mas porque foi anunciado o cenário tropical das suas férias de sonho. Deseja aquele carro não por ser seguro ou económico, mas porque se imagina a conduzir um descapotável numa estrada do Mónaco. Compra determinada cerveja porque já está a pensar naquele encontro com os amigos no próximo fim de semana.
 
Se sonhar é bom, comprar por impulso nem sempre tem um final tão feliz. Mas será possível manter a racionalidade e contrariar o apelo do marketing? Sim, sobretudo quando está em causa a sua saúde ou uma boa gestão das suas finanças.

6 dicas para evitar compras por impulso

  1. Sabe aquela dica de não ir às compras quando está com fome? É uma ideia para escapar ao marketing. O cheiro a bolos acabados de fazer ou uma bela embalagem com aperitivos tornaram-se menos irresistíveis se tiver acabado de almoçar.

  2. A famosa promoção “leve 3 pague 2” é, muitas vezes, uma armadilha de marketing. Entrou na loja para comprar umas botas. Mas, à boleia desta promoção, traz também uns sapatos de uma cor que até nem aprecia muito e, como precisava de um terceiro artigo, acabou por comprar umas sandálias com saltos altíssimos, que nunca vai usar. Evite estas promoções, a não ser que permitam mesmo poupar. Por exemplo, se for para comprar calçado para toda a família.

  3. Os saldos são outra estratégia de marketing a que é preciso saber resistir. Se vai comprar uma peça de roupa, pare alguns segundos e pense: quantas vezes vou usar? Combina com o que já tenho? O que posso fazer com o dinheiro que iria gastar? Aplique este princípio a todas as compras que parecem ser uma “pechincha” mas que, na prática, nada acrescentam ao que já tem em casa.

  4. Ao fazer compras online, quantas vezes já adicionou ao carrinho coisas de que não precisava apenas para atingir um determinado valor e não pagar portes de envio? Faça as contas e veja se realmente compensa comprar esse artigo extra.

  5.  Não ceda a pressões. Muitas vezes, e para forçar o consumidor a tomar uma decisão rápida são usadas frases e argumentos como “compre já”, “válido por 24 horas” ou “última oportunidade”. Decisões precipitadas raramente são boas decisões.

  6.  Faça um orçamento para adquirir determinado produto ou serviço e não o ultrapasse. Se, por exemplo, tem 250 euros para compras de Natal ou para renovar o guarda-roupa dos seus filhos, faça compras abaixo desse valor, por muito tentadoras que possam parecer as publicações que as marcas fazem nas redes sociais ou a forma como decoram a loja.


Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria

 

 

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