Bem-estar

Conheça os sintomas e a evolução da Esclerose Múltipla

5 minutos de leitura
Atualizado a 12 Novembro 2025
médica e paciente à conversa em gabinete

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica que afeta principalmente os jovens adultos. Conheça os sintomas, a evolução da doença e descubra como pode ser parte ativa na vida dos doentes. 

 

 

O que é a Esclerose Múltipla?

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crónica e degenerativa, mais comum a partir dos 30 anos e afeta com maior incidência as mulheres do que os homens. É uma doença incapacitante que atinge o sistema nervoso central.

 

O sistema imunitário de um doente de EM não consegue distinguir as células do seu próprio organismo de células estranhas ao corpo e pode começar “um ataque” aos seus próprios tecidos.

 

A mielina (revestimento das células do sistema nervoso, essencial para que os estímulos nervosos sejam propagados corretamente) é destruída por ser considerada um corpo estranho. Com isto, impede-se que seja feita a comunicação entre o cérebro e o corpo, existindo perda permanente de diversas funções (alterações na marcha, na força e coordenação, no equilíbrio, na visão e memória, no controlo da bexiga e intestino, etc.) dependendo das zonas afetadas.

 

 

Existem vários tipos de Esclerose Múltipla?

Na grande maioria dos doentes (aproximadamente 85%), a Esclerose Múltipla é normalmente assinalada por uma fase inflamatória caraterizada por surtos (episódios neurológicos subagudos provocados pelas lesões inflamatórias, seguidos de uma recuperação de extensão variável e com duração superior a 24h, na ausência de febre ou de uma infeção concomitante). Esta fase da doença é denominada de Esclerose Múltipla Surto-Remissão (EMSR). Os surtos ocorrem, em média, um a cada 2 anos. Entre os surtos, a maioria dos doentes permanece num nível funcional estável determinado pela recuperação do último surto.

 

Após 5-25 anos, o número de surtos diminui, sendo substituído por um aumento constante e lento da incapacidade. Esta fase da doença (sobretudo neurodegenerativa) é designada por Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP), podendo levar à perda de mobilidade (restrição à cadeira de rodas ou cama).

 

Uma pequena minoria (cerca de 15%) dos doentes não experienciam sintomas de EMSR e apresentam-se unicamente com progressão, um padrão denominado Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP).

 

 

Para mais informações sobre os tipos de esclerose múltipla, pode ver os vídeos da Roche.

 

 

Sintomas, causas, diagnóstico e tratamento

Conheça a doença e procure o diagnóstico precoce.

 

Sintomas

A diversidade de sintomas dificulta o diagnóstico. As manifestações da doença variam de pessoa para pessoa e os sintomas de cada variam ao longo do tempo. 

 

A observação de sintomas clínicos, a análise das imagens de ressonância magnética (que permitem visualizar as lesões cicatrizes das zonas de ataque à mielina/inflamação) e elementos biológicos (análises do líquido cefalorraquidiano que envolve o sistema nervoso central recolhido por punção lombar) confirmam o diagnóstico.

 

Os sintomas estão sempre dependentes das zonas do sistema nervoso onde ocorre a destruição da mielina e a consequente incapacidade de comunicação entre o cérebro e o corpo. 

 

Alguns destes são:

  • Perda de sensibilidade ou formigueiros (dormência) que começam numa extremidade e se estendem por um membro, ao longo de três ou quatro dias
  • Visão turva ou dupla ou perda completa da visão
  • Tremores
  • Dificuldade na marcha, na coordenação dos movimentos e na fala
  • Alterações no equilíbrio
  • Alterações na memória e de concentração
  • Fadiga
  • Paralisia (a evolução para paralisia completa é rara, embora muitos pacientes venham a necessitar de auxílio e treino da marcha pela fadiga, falta de força e falta de equilíbrio).

 

Causas e prevenção

Apontam-se como possíveis causas de fatores externos de natureza genética, imunológica, viral, bacteriana, ambiental, níveis reduzidos de vitamina D, alergias, trauma físico, entre outros. Deixar de fumar, ter uma alimentação equilibrada, aumentar níveis de vitamina D devem ser passos importantes a tomar.

 

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é muito difícil mas, numa fase mais avançada, a maioria das pessoas com EM é diagnosticada corretamente, sendo importante que:

  • Seja acompanhado pelo seu médico
  • Conheça sua história clínica
  • Faça um exame neurológico (para avaliação da força muscular, coordenação, equilíbrio, reflexos, visão e outras funções dos sentidos)
  • Faça exames complementares de diagnóstico (como a ressonância magnética) e outros exames neurológicos úteis para confirmar a presença da doença
  • Faça uma punção lombar, para analisar uma pequena quantidade do líquido que circula à volta do cérebro e da espinal medula (líquido cefalorraquidiano).

 

Tratamento

A EM não tem cura mas os medicamentos disponíveis podem retardar a sua evolução, diminuir a frequência e a gravidade dos episódios neurológicos, reduzir a acumulação de zonas lesadas no sistema nervoso e ajudar os pacientes a lidar com os sintomas.

 

 

Dia Mundial da Esclerose Múltipla

Dia 30 de maio é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla e existem, todos os anos, ações de sensibilização e partilha. Descubra a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) e aprofunde conhecimento. Faça o download do manual “De Passo em Passo”. Este manual é “um instrumento de trabalho e informação para as pessoas diagnosticadas com EM, para os seus familiares e/ou cuidadores informais, bem como para todos os profissionais de saúde que lidam com esta patologia ou outras pessoas que, por alguma razão, pretendam conhecer melhor a EM”.

 

Existe ainda um e-book com o projeto "Compreender a Esclerose Múltipla 10 Meses, 10 Temas" elaborado pelo Serviço de Neurologia da ULS de Coimbra.

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

foto de Mariana Fonseca

Vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS)

Mariana Fonseca

Fisioterapeuta. Mestre em Promoção da Saúde, com Pós-graduação em Literacia em Saúde na Prática e em Comunicação em Saúde Pública, educação e mudança comportamental em saúde.

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