bem-estar

Conheça os sintomas e a evolução da Esclerose Múltipla

02 ago 2023 | 5 min de leitura

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica que afeta principalmente os jovens adultos. Conheça os sintomas, a evolução da doença e descubra como pode ser parte ativa na vida dos doentes.

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica que afeta principalmente os jovens adultos. Conheça os sintomas, a evolução da doença e descubra como pode ser parte ativa na vida dos doentes.

 

 

O que é a Esclerose Múltipla?

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crónica e degenerativa, mais comum a partir dos 30 anos e com o dobro da frequência em pessoas do género feminino. É uma doença incapacitante que atinge o sistema nervoso central.

 

O sistema imunitário de um doente de EM não consegue distinguir as células do seu próprio organismo, de células estranhas ao corpo e começa a atacar os seus próprios tecidos, sendo este o motivo pelo qual se considera a EM uma doença imunomediada.

 

A mielina (revestimento das células nervosas, essencial para que os estímulos nervosos sejam propagados corretamente) é destruída por ser considerada um corpo estranho, o que impede que a comunicação entre o cérebro e o corpo seja feita de forma correta. O processo inflamatório que ocorre nesta doença lesiona as próprias células nervosas, causando perda permanente de diversas funções, dependendo das zonas afetadas.

 

A sua evolução é muito variável e impossível de prever. Existem quatro tipos:

 

1. Recidivante-remitente, em que ocorrem ataques que duram dias a semanas, seguidos de uma recuperação. Esta é a forma mais frequente

 

2. Secundariamente progressiva, na qual os défices se vão acumulando após cada crise

 

3. Primariamente progressiva, que evolui desde o seu início

 

4. Remitente-progressiva, em que a doença progride de modo evidente, mas em que podem ocorrer períodos livres de sintomas.

 

 

Sintomas, causas, diagnóstico e tratamento

Conheça a doença e procure o diagnóstico precoce.

 

Sintomas

A diversidade de sintomas dificulta o diagnóstico. As manifestações da doença variam de pessoa para pessoa, e os sintomas de cada pessoa variam ao longo do tempo. A observação de sintomas clínicos, as imagens de ressonância magnética que permitem visualizar as lesões (cicatrizes das zonas de ataque à mielina/ inflamação) e elementos biológicos: análises do líquido cefalorraquidiano (que envolve o sistema nervoso central) recolhido por punção lombar, confirmam o diagnóstico.

 

Alguns dos sintomas são:

 

  • Perda de sensibilidade ou formigueiros que começam numa extremidade e se vão estendendo a todo o membro, ao longo de três ou quatro dias
  • Visão turva ou dupla ou perda completa da visão
  • Tremores
  • Dificuldades na marcha e na fala
  • Alterações do equilíbrio
  • Problemas de memória e de concentração
  • Fadiga
  • Paralisia.

 

Os sintomas estão sempre dependentes das zonas do sistema nervoso onde ocorre a destruição da mielina e a consequente incapacidade de comunicação entre o cérebro e o corpo.

 

A evolução para paralisia completa é rara, embora muitos pacientes venham a necessitar de auxílio na marcha, dada a presença de fadiga, fraqueza e desequilíbrio.

 

Causas e prevenção

Não se conhece a sua causa exata, mas apontam-se como possíveis causas fatores de natureza genética, imunológica, viral, bacteriana, ambiental, níveis reduzidos de vitamina D, alergias, trauma físico, entre outros.

 

É impossível prevenir que venha a ter EM, mas deixar de fumar, aumentar os níveis de vitamina D e evitar o contacto com tóxicos ambientais (tipo de alimentação, toxinas presentes no solo e na água, etc) podem ser passos importantes.

 

Diagnóstico

Nas fases iniciais da EM, o diagnóstico é muito difícil porque os sintomas podem ser muito variáveis e tendem a desaparecer durante períodos imprevisíveis. Numa fase mais avançada, a maioria das pessoas com EM é diagnosticada corretamente. É importante e essencial no diagnóstico:

 

  • O acompanhamento do seu médico
  • Conhecer a sua história clínica
  • Fazer um exame neurológico (avaliação da força muscular, coordenação, equilíbrio, reflexos, visão e outras funções dos sentidos)
  • Fazer ressonância magnética, que permite confirmar a presença da doença e alguns exames neurológicos também podem revelar-se úteis
  • Fazer uma punção lombar, onde é retirada uma pequena quantidade do líquido que circula à volta do cérebro e da espinal medula (líquido cefalorraquidiano).

 

Tratamento

A EM não tem cura mas os medicamentos disponíveis podem retardar a sua evolução, diminuir a frequência e a gravidade dos surtos, reduzir a acumulação de zonas lesadas no sistema nervoso e ajudar os pacientes a lidar com os sintomas.

 

 

Agosto Laranja e Dia Mundial da Esclerose Múltipla

Desde 2014, que o mês de agosto é o mês da consciencialização para a EM. O Agosto Laranja foi criado, no Brasil, pela AME (Amigos Múltiplos pela Esclerose) com o objetivo de ser um movimento coletivo para desmistificar a doença e fomentar o diagnóstico precoce, com vista a aumentar a qualidade de vida, o acolhimento, o respeito e dignidade dos doentes, amigos e familiares.

 

Dia 30 de maio é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla e existem, todos os anos, ações de sensibilização e partilha. Descubra a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) e aprofunde conhecimento.

 

Faça o download do manual “De Passo em Passo”. Este manual é “um instrumento de trabalho e informação para as pessoas diagnosticadas com EM, para os seus familiares e/ou cuidadores informais, bem como para todos os profissionais de saúde que lidam com esta patologia ou outras pessoas que, por alguma razão, pretendam conhecer melhor a EM”.

 

 

 

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