A importância da gestão de riscos e como preparar a sua empresa para o imprevisto

4 minutos de leitura
Publicado a 18 Agosto 2025
homem de fato impede com a mão o efeito de dominó na caída de peças numa mesa

Num mundo onde tudo muda à velocidade da luz, a única certeza que existe no mundo dos negócios é… a incerteza. Crises económicas, novas tecnologias, concorrência feroz, alterações climáticas. Se há algo que os imprevistos não dão é descanso.

 

E é por isso que é tão importante estar preparado. Mais do que reagir a problemas, é preciso antecipar cenários, minimizar impactos e garantir que a empresa continua no caminho certo.

 

Qualquer negócio, desde uma pequena startup a uma multinacional, precisa de saber lidar com riscos.

 

 

O que é gestão de riscos?

Em termos simples, gestão de riscos é o processo de identificar, analisar e controlar ameaças que podem afetar os objetivos de uma organização. Pode ser algo interno, como falhas operacionais, ou externo, como mudanças na legislação, crises geopolíticas ou fenómenos naturais.

 

Segundo a norma ISO 31000, é um conjunto de atividades coordenadas para lidar com a incerteza. Isto significa que não se trata apenas de “apagar fogos”, mas sim de agir de forma preventiva para minimizar danos antes que eles aconteçam.

 

E porquê investir tempo nisto? Porque gerir riscos não é só proteger-se de problemas, é também tomar decisões mais confiantes e criar espaço para crescer com menos sustos no caminho.

 

 

A importância de gerir riscos

Imagine o seguinte cenário: uma empresa, que nunca analisa o que pode correr mal, tem um problema com um dos fornecedores, a produção para e os clientes começam a cancelar encomendas. Ou, de repente, surge uma nova lei que obriga a mudanças rápidas no processo produtivo sem que haja tempo para adaptação. É assim que negócios promissores perdem força.

 

Já uma empresa com uma boa estratégia de gestão de riscos:

  • Anteciparia o problema e teria fornecedores alternativos
  • Teria um plano de resposta para novas exigências legais
  • Conseguiria reagir rapidamente a crises sem comprometer a reputação ou os resultados.

 

Resumidamente, a gestão de riscos aumenta a resiliência, reduz custos com “apagar incêndios” e ainda fortalece a confiança de clientes, parceiros e investidores.

 

 

Quais são os principais tipos de riscos?

Quando se fala em riscos, é fácil imaginar grandes catástrofes ou crises financeiras. Mas, na prática, eles assumem muitas formas e podem surgir de diferentes áreas da organização.

 

Conhecer os tipos de riscos é o primeiro passo para perceber quais realmente ameaçam os objetivos do negócio e onde concentrar os esforços.

 

Para simplificar, podemos agrupá-los em algumas categorias principais:

  • Riscos estratégicos: mudanças no mercado, entrada de novos concorrentes, alterações económicas ou políticas que afetam o negócio

  • Riscos financeiros: flutuações cambiais, aumento das taxas de juro, inadimplência de clientes, crises económicas

  • Riscos operacionais: falhas em processos internos, avarias em equipamentos, erros humanos, retrabalho

  • Riscos de compliance: descumprimento de leis, normas ou regulamentos, o que pode gerar multas ou sanções legais

  • Riscos ambientais: desastres naturais, alterações climáticas ou outros fatores ambientais que afetam a operação

  • Riscos cibernéticos: ciberataques, vazamento de dados, fraudes digitais

  • Riscos reputacionais: crises de imagem, polémicas públicas, falhas no atendimento ao cliente.

Como é que a gestão de riscos funciona?

Agora que já sabe o que está em jogo, vamos ao “como”. A gestão de riscos segue normalmente estas etapas:

 

1. Definir o escopo e o contexto. Antes de mais, é preciso perceber que tipo de riscos vão ser analisados (estratégicos, operacionais, financeiros?) e em que contexto (projetos específicos ou toda a empresa)

 

2. Identificar os riscos. Aqui, faz-se um verdadeiro brainstorming para levantar todas as possíveis ameaças. Pode envolver entrevistas com especialistas, análise de histórico da empresa e até consulta a stakeholders

 

3. Analisar e avaliar. Não basta saber que o risco existe. É preciso medir a probabilidade de acontecer e o impacto que terá. Para isso, muitas empresas usam matrizes que classificam os riscos de baixo, médio ou alto

 

4. Definir o tratamento. Depois da análise, é hora de decidir o que fazer com cada risco. Normalmente, há quatro caminhos:

  • Eliminar (mudar o processo para que o risco deixe de existir)
  • Reduzir (adotar medidas para diminuir a probabilidade ou o impacto)
  • Transferir (por exemplo, fazer um seguro)
  • Aceitar (quando o impacto é mínimo ou inevitável)

 

5. Monitorizar e rever. A gestão de riscos não é algo que se faz uma vez e fica arrumado. É um processo contínuo, porque novos riscos podem surgir a qualquer momento.

 

 

Exemplo de um plano de gestão de riscos

Imagine uma empresa de tecnologia que vai lançar um novo software. Um plano simples de gestão de riscos poderia ter este formato:

  • Risco: Atraso no lançamento por falta de equipa qualificada
    • Probabilidade: Alta
    • Impacto: Muito alto (perda de vantagem competitiva)
    • Ação preventiva: Contratar temporariamente especialistas externos
    • Plano de contingência: Adiar parcialmente o lançamento com funcionalidades mínimas
  • Risco: Falha de segurança e vazamento de dados
    • Probabilidade: Média
    • Impacto: Altíssimo (danos à reputação e possíveis multas)
    • Ação preventiva: Auditoria de segurança e testes de invasão
    • Plano de contingência: Plano de resposta a incidentes e comunicação transparente aos clientes.

Este é um exemplo simples para ilustrar como documentar riscos, priorizar e planear ações ajuda a evitar surpresas desagradáveis. Num plano de gestão de riscos mais completo, também se incluem responsáveis por cada risco, prazos, estado de acompanhamento e datas de revisão, para garantir que o processo é monitorizado de forma contínua.

 

 

Como implementar a gestão de riscos na sua empresa?

Pode parecer complexo, mas é mais fácil do que imagina se seguir estes cinco passos gerais:

 

1. Comece pequeno: escolha um projeto ou processo para testar a abordagem. Não tente abraçar tudo de uma vez

 

2. Envolva as pessoas certas: gestão de riscos não é só função da direção. Toda a equipa deve estar envolvida, já que cada área conhece melhor os seus próprios desafios

 

3. Defina critérios claros: estabeleça como vai avaliar a gravidade e a probabilidade dos riscos (por exemplo, uma escala de 1 a 5)

 

4. Use ferramentas de apoio: um simples Excel pode funcionar no início, mas existem softwares especializados que facilitam o registo, monitorização e atualização dos riscos

 

5. Crie uma cultura de prevenção: mais do que processos formais, o que realmente faz a diferença é ter uma equipa que pensa de forma preventiva e está atenta a sinais de alerta.

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

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