Estudos do ano passado mostram que, em 2022, o número de crianças portuguesas obesas aumentou. Esta aumento, face ao último estudo feito em 2019, apresenta novos desafios na forma como gerimos a alimentação dos mais pequenos e, por conseguinte, influenciamos a sua qualidade de vida.
Estudos do ano passado mostram que, em 2022, o número de crianças portuguesas obesas aumentou.
Este aumento, face ao último estudo feito em 2019, apresenta novos desafios na forma como gerimos a alimentação dos mais pequenos e, por conseguinte, influenciamos a sua qualidade de vida.
O estudo COSI (Childhood Obesity Surveillance Initiative) faz parte de uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde a que Portugal/Europa aderiu desde 2008. Esta foi a 6ª ronda do COSI Portugal, realizada no ano letivo 2021/2022, que visa caraterizar o estado nutricional infantil das crianças portuguesas em idade escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico, dos 6 aos 8 anos. O estudo é feito de três em três anos, com o objetivo de se obterem dados comparáveis entre países europeus e monitorizar a obesidade infantil.
No estudo COSI Portugal 2022 é apresentada a metodologia do estudo, o estado nutricional infantil, as características do ambiente familiar, os hábitos alimentares das crianças, o ambiente escolar, entre outros indicadores. Como parte das conclusões é de salientar que em 2022, 31,9% das crianças portuguesas entre os 6 e os 8 anos de idade tinham excesso de peso, das quais 13,5% apresentavam obesidade, um aumento face à última avaliação feita antes da pandemia, em 2019.
Alguns resultados do estudo efetuado em Portugal em 2022:
Além do estudo, pode consultar as infografias para uma rápida interpretação dos resultados.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, são consideradas com excesso de peso, as crianças cujo Índice de Massa Corporal (IMC) está entre os percentis 85 e 97, e acima destes valores são consideradas com obesidade. O IMC é usado internacionalmente para relacionar peso e altura num indicador prático para detetar casos de obesidade ou magreza excessiva.
O sedentarismo e a alimentação inadequada são fatores de risco para o desenvolvimento de obesidade. A boa notícia é que são fatores possíveis de controlar e por isso a solução está, na maioria das vezes, nas nossas mãos.
A obesidade infantil está associada ao desenvolvimento de doenças, durante a adolescência e idade adulta, como apneia do sono, diabetes tipo 2, hipertensão e fígado gordo. Os problemas psicossociais (como o bullying) colocam também em causa a saúde mental da criança obesa.
Consulte o pediatra e quanto mais cedo for diagnosticado o excesso de peso, mais rapidamente poderá alterar rotinas, dietas e estabelecer metas. O problema pode não ser apenas a alimentação e existirem outros fatores associados. Por exemplo se a leptina (hormona que controla o apetite) estiver desregulada, a regulação do apetite fica comprometida.
Principais funções da leptina:
É importante que procure aconselhamento médico e que a alimentação saudável e o exercício físico façam parte da rotina da criança.
Manter um estilo de vida saudável, onde se inclui uma alimentação saudável, pode ser um desafio. Podemos querer ir apenas beber um chá a uma pastelaria e somos confrontados com bolos, salgados, doces e outras tentações. Se precisarmos de consumir uma refeição rápida ao almoço é fácil optarmos por alimentos menos saudáveis, processados e com maior índice calórico.
Mudar de hábitos é um processo com altos e baixos, e transmitir hábitos mais saudáveis às novas gerações é uma responsabilidade partilhada entre todos.
No caso das crianças, os pais e pessoas responsáveis pela educação são agentes de mudança e de passagem de bons hábitos. As crianças aprendem com os exemplos que lhe são passados. Pode procurar informação e dicas no Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável. No site encontra várias dicas que o podem ajudar no desafio da alimentação infantil entre os 0 e os 6 anos.
Além disso fala sobre a alimentação saudável para todas as idades e tem receitas saudáveis, nutritivas e que pode fazer com facilidade.
Também pode ler o novo guia sobre a ingestão de hidratos de carbono para adultos e crianças, publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A reeducação alimentar é a mudança de hábitos e comportamentos perante a comida e uma ferramenta essencial para a perda e controlo de peso.
É importante que procure uma consulta de nutrição infantil, para que um médico avalie a saúde e as necessidades nutricionais da criança e acompanhe o processo de perda de peso.
Algumas dicas na reeducação alimentar:
1. Não saltar refeições
2. Comer pouca quantidade, mas várias vezes ao dia
3. Evitar processados, gorduras, doces e refrigerantes
4. Comer frutas e legumes
5. Comer devagar e mastigar bem
6. Beber muita água
7. Não estar sempre a petiscar
Seja o modelo a seguir e parte ativa da solução perante os mais pequenos. Algumas dicas que podem ajudar:
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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