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Há lendas que crescem connosco, outras que descobrimos já em adultos. Portugal é terra de encantos, de reis e rainhas, de amor eterno e de corações partidos. É feito de serras mágicas, lagos com alma e galos que cantam verdades. É pequeno no mapa, mas gigante em histórias.
Venha connosco numa viagem pelo país, através das lendas mais conhecidas.
Começamos com uma das mais icónicas lendas portuguesas, que deu origem a um dos nossos maiores símbolos: o Galo de Barcelos.
Conta-se que, há muitos anos, Barcelos estava em alvoroço por causa de um crime por resolver. Um peregrino galego, de passagem rumo a Santiago de Compostela, foi injustamente acusado. Apesar de jurar inocência, acabou condenado à forca. Como último desejo, pediu para ser levado até ao juiz, que almoçava rodeado de amigos. Apontou para um galo assado na mesa e disse: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.”
Dito e feito. Quando o homem subia ao cadafalso, o galo assado ergueu-se e cantou. O juiz correu para salvar o peregrino (que estava vivo, com a corda lassa no pescoço). Anos depois, o homem regressou a Barcelos e ergueu o Senhor do Galo em agradecimento.
Santa Isabel, rainha de Portugal, era conhecida pela sua bondade. Tinha por hábito dar pão aos pobres, mesmo contra a vontade do marido, o rei D. Dinis. Um dia, ao ser surpreendida pelo rei com o manto cheio, respondeu: “São rosas, senhor.”
“Rosas? Em janeiro?”, estranhou o rei.
A rainha abriu o manto… e lá estavam, não pães, mas rosas frescas. Diz-se que foi milagre. Verdade ou não, ficou para sempre como símbolo de compaixão, fé… e astúcia.
Uma das histórias de amor mais trágicas (e eternas) de Portugal. D. Pedro apaixonou-se por Inês de Castro, aia da sua esposa Constança. Após a morte de Constança, recusou-se a casar com mais alguém. Diz-se que casou em segredo com Inês, mas o seu pai, o rei D. Afonso IV, mandou matá-la.
Quando D. Pedro subiu ao trono, vingou-se dos assassinos e, numa das passagens mais lendárias da nossa história, fez com que o corpo de Inês fosse coroado como rainha. Estão hoje sepultados frente a frente, em Alcobaça, para que no dia do Juízo Final se possam olhar nos olhos.
Duas lagoas, duas cores, dois corações partidos.
Nos Açores, a lenda fala de uma princesa de olhos azuis e um pastor de olhos verdes que se apaixonaram. O rei, pai da princesa, não permitiu o amor. Permitindo apenas um último encontro de despedida, os dois choraram tanto que das suas lágrimas nasceram duas lagoas: a Lagoa Azul e a Lagoa Verde.
Separados na vida, ficaram eternamente unidos na paisagem.
Dom Sebastião tornou-se rei muito jovem e sonhava com grandes conquistas. Em 1578, partiu para Marrocos para combater os mouros, mas desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir. O corpo nunca foi encontrado.
Nasceu então a lenda: o rei não morreu, está apenas escondido, à espera de regressar para salvar Portugal. Diz-se que voltará numa manhã de nevoeiro, montado num cavalo branco, para restaurar a glória do reino.
Acredita-se que vive numa ilha mágica ou na serra do Algarve, encantado. Esta esperança tornou-se no famoso sebastianismo, que atravessou séculos de história e ainda hoje vive no imaginário português.
Reza a lenda que um soldado romano, Martinho, viajava num dia frio de outono quando encontrou um pobre homem tremendo de frio. Sem hesitar, cortou a capa ao meio e deu-lhe metade. Nesse momento, as nuvens dissiparam-se e o sol brilhou.
Desde então, acredita-se que o verão de São Martinho acontece todos os anos por volta de 11 de novembro no qual nos traz dias quentes em pleno outono, em honra do gesto de bondade do santo.
Diz-se que, há muitos anos, um pastor solitário sonhava conhecer o mundo. Numa noite estrelada, uma estrela desceu do céu em forma de criança e prometeu guiá-lo. Viajaram juntos até ele chegar à serra mais alta, onde decidiu ficar para estar mais perto do céu e da sua estrela.
Hoje, quem olha para o céu a partir da Serra da Estrela, talvez veja uma estrela a brilhar mais intensamente. Sinal de que o pastor e a estrela ainda se veem, todas as noites.
O rei mouro Ibn-Almundim casou com Gilda, uma princesa do Norte, de quem muito gostava. Mas Gilda sentia saudades da neve da sua terra natal. Para a alegrar, o rei mandou plantar amendoeiras por todo o Algarve.
Na primavera, ao ver os campos cobertos de flores brancas, Gilda sorriu. A visão das “neves floridas” curou-lhe o coração. Até hoje, a floração das amendoeiras no Algarve é um dos espetáculos mais bonitos da natureza, e do amor.
Um frade pobre e esfomeado bateu à porta de uns aldeões, pedindo apenas uma panela para fazer uma sopa... de pedra. Intrigados, cederam.
Começou só com a pedra e água. Mas depois foi pedindo sal, azeite, batata, chouriço, feijão… e a sopa ganhou vida! No fim, comeu tudo, menos a pedra, que lavou e levou consigo. Diz-se que ainda hoje anda por aí a fazer sopa… com a mesma pedra.
Bentinho era um menino que, apesar de pobre, tinha uma fé enorme. Certo dia, ao ver a imagem de Nossa Senhora da Porta Aberta, pediu-lhe ajuda para a mãe doente. Reza a lenda que a sua oração foi ouvida e a mãe curou-se.
A imagem tornou-se símbolo de proteção e é venerada até hoje, especialmente no Santuário da Senhora da Porta Aberta, em Terras de Bouro.
Simão Pires foi condenado injustamente por roubo à Igreja de Santa Engrácia. Enquanto era queimado vivo, gritou: “É tão certo morrer inocente como esta igreja nunca ser terminada.”
Durante séculos, a construção da igreja foi adiada, dando origem à expressão popular “parece as obras de Santa Engrácia”, usada para tudo o que nunca mais fica pronto.
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