Há práticas que oferecem um cuidado mais próximo, atento ao corpo, à mente e ao que se sente – mesmo quando ainda não há um diagnóstico definido.
Há quem lhes chame “medicinas do bem-estar”, outros preferem “terapias naturais”. Seja qual for o nome, a verdade é que as medicinas alternativas estão a conquistar cada vez mais portugueses – e não é por acaso. São muitas as pessoas que procuram nestas práticas, uma forma de aliviar dores, reduzir o stress ou, simplesmente, cuidar melhor da saúde de forma mais holística.
E o mais interessante? Em vez de escolherem um lado, há quem opte por juntar o melhor dos dois mundos: medicina convencional e terapias alternativas, lado a lado, num caminho mais completo para cuidar da saúde.
A expressão "medicina alternativa" refere-se a um conjunto de práticas e terapias que, por norma, não fazem parte da medicina convencional (aquela que é ensinada nas faculdades de Medicina e tradicionalmente praticada em hospitais). Estas abordagens vêm de tradições milenares (como a medicina tradicional chinesa ou o Ayurveda), mas também de práticas mais recentes que foram ganhando espaço e reconhecimento.
Quando estas terapias são usadas em vez da medicina convencional, chamam-se “alternativas”. Quando são usadas em conjunto, falamos de “medicinas complementares”. Quando há uma verdadeira junção entre ambas, com integração no sistema de saúde, aí entramos no campo da “medicina integrativa”.
Em Portugal, sete medicinas não convencionais foram oficialmente reconhecidas e regulamentadas por lei. Ou seja, para as exercer, é necessário ter formação superior na área, cédula profissional emitida pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e cumprir um conjunto de regras definidas pelo Estado. Vamos conhecê-las melhor.
É daquelas terapias de que toda a gente já ouviu falar, e muitos até já experimentaram. A acupuntura vem da medicina tradicional chinesa e recorre a agulhas extremamente finas, colocadas em pontos específicos do corpo. Embora a ideia da existência de “agulhas” possa fazer soar os alarmes, é frequentemente descrita como indolor — e há até quem adormeça durante a sessão. A terapia ajuda a aliviar dores, a reduzir o stress e a restabelecer o equilíbrio geral. Já é utilizada em vários hospitais, por exemplo, para atenuar as dores do parto ou aliviar os efeitos da quimioterapia.
Uma das formas mais antigas de tratar o corpo com a ajuda da natureza. A fitoterapia utiliza plantas medicinais — folhas, raízes, flores ou até a planta inteira — para aliviar sintomas, reforçar o sistema imunitário ou promover o equilíbrio geral. É comum em casos de má digestão, ansiedade, colesterol elevado, entre outros. Mas atenção: apesar de ser “natural”, não significa que seja isenta de riscos. Também pode ter efeitos secundários ou interagir com outros medicamentos, por isso, é sempre indicado informar-se bem.
Tem uma lógica muito própria: estimular o organismo a curar-se, usando substâncias em doses ultradiluídas. A ideia é que o corpo reconhece esse “sinal” e reage, repondo o equilíbrio. É usada em situações como ansiedade, stress, enxaquecas ou alergias. Embora nem todos os profissionais da medicina convencional estejam de acordo com a sua eficácia, há quem sinta melhorias reais. E, não sendo prejudicial ou contraindicado, o objectivo é sempre que a pessoa se sinta melhor.
É um sistema de saúde completo, com raízes que vão mais fundo do que conseguimos imaginar. A MTC combina várias abordagens — como a acupuntura, a fitoterapia chinesa, o Tui Na (massagem), o Qi Gong (exercícios energéticos) e até a alimentação. Tudo é pensado para restabelecer o equilíbrio entre o corpo e a mente. É especialmente procurada em situações de dores crónicas, perturbações digestivas, insónias ou desequilíbrios emocionais.
A naturopatia vê o corpo como um organismo inteligente, que sabe como voltar ao equilíbrio - só precisa de um pequeno incentivo. Esse impulso pode vir de uma alimentação mais adequada, de plantas medicinais, de suplementos, de técnicas de relaxamento ou de mudanças no estilo de vida. O naturopata olha para o todo e tenta perceber o que está a causar o desequilíbrio, em vez de se focar apenas nos sintomas.
A osteopatia é feita com as mãos, literalmente. O terapeuta avalia e trabalha o corpo através de manipulações suaves (ou mais firmes, consoante o caso) para melhorar o funcionamento de músculos, articulações e órgãos. É muito usada em casos de dores nas costas, hérnias, tendinites ou lesões musculares. Muitas pessoas procuram-na também para resolver questões posturais ou simplesmente para se sentirem “alinhadas”.
Fala-se em quiropraxia e, quase instintivamente, pensamos na coluna, e com razão. Esta abordagem foca-se nos desalinhamentos vertebrais e na forma como afetam o sistema nervoso e o bem-estar geral. Com técnicas específicas (e alguns estalidos que até soam a alívio), o terapeuta ajuda a devolver a mobilidade e a reduzir dores. É bastante procurada por quem tem problemas de postura, enxaquecas, dores no pescoço ou lombares.
Para além das sete medicinas regulamentadas, existem outras terapias que também têm vindo a ganhar popularidade em Portugal. Embora ainda não estejam legalmente reconhecidas, são cada vez mais procuradas e muitas pessoas sentem nelas benefícios reais no seu bem-estar:
Durante muito tempo, foram vistas como opostas. De um lado, a medicina convencional, feita de exames, diagnósticos e tratamentos com base científica. Do outro, as chamadas medicinas alternativas, mais ligadas ao natural, ao equilíbrio do corpo e ao bem-estar emocional. Mas hoje, o cenário começa a mudar, e ainda bem.
Cada vez mais se fala em complementaridade, em vez de separação. Há terapias que podem, sim, andar de mãos dadas com a medicina tradicional, ajudando em casos em que os tratamentos convencionais não dão resposta total — como acontece, por exemplo, em situações de dor crónica, ansiedade, fadiga ou doenças autoimunes.
É nesse ponto que surge a chamada medicina integrativa, um modelo que junta o melhor de dois mundos: ciência e tradição, tecnologia e toque humano. A Organização Mundial de Saúde apoia esta abordagem e sublinha que, quando usadas com critério e por profissionais qualificados, estas terapias podem ser um verdadeiro reforço nos cuidados de saúde: mais completos, mais personalizados e mais humanos.
Se está a pensar recorrer a uma destas medicinas, comece por se informar. Verifique sempre se o terapeuta está credenciado, se tem cédula profissional e se cumpre todos os requisitos legais. Fale sempre com o seu médico antes de iniciar qualquer terapia, especialmente se estiver a fazer tratamentos convencionais.
No fundo, trata-se de encontrar o que faz sentido para cada um — com informação, consciência e vontade de cuidar de si por inteiro.
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