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Calcular a taxa de esforço e saber como esta pode influenciar o seu orçamento familiar é o primeiro passo para que a sua vida financeira seja mais tranquila.
Contrair um crédito é, muitas vezes, a única forma de concretizar projetos ou de responder a necessidades tão distintas como ter uma casa ou tirar um curso superior.
No entanto, este percurso para a concretização de um desejo pode acabar por ser ensombrado por dificuldades ou até pelo incumprimento. E isto acontece, muitas vezes, porque não se avaliou bem a taxa de esforço.
A consequência é que as prestações para o pagamento de um ou vários empréstimos acabam por pesar demais no orçamento. E o dinheiro disponível acaba por não chegar para pagar todas as contas.
Este cenário, que termina muitas vezes em incumprimento e sobre-endividamento pode ser muito minimizado se calcular bem o impacto desse novo crédito no seu orçamento familiar.
Por isso, conhecer e calcular a taxa de esforço é o primeiro passo para evitar este tipo de preocupação.
A expressão taxa de esforço surge muitas vezes associada ao crédito, quando o processo está ainda numa fase inicial. E é assim que deve ser, já que deve ser calculada e avaliada antes de se avançar para um compromisso que vai durar alguns anos.
De uma forma simples, podemos definir taxa de esforço como a relação entre as prestações dos créditos e o rendimento mensal de um agregado familiar. É a parte do rendimento que fica afeto às prestações dos créditos.
Se, por exemplo, vai fazer um crédito habitação e já tem, por exemplo, um crédito automóvel, ao calcular a taxa de esforço deve ter em conta ambos os empréstimos.
Ao calcular a taxa de esforço consegue avaliar a sua capacidade - ou a do seu agregado familiar - para cumprir os compromissos financeiros que assumiu ou pretende assumir.
Como fazer as contas? É bastante simples:
(Encargos financeiros mensais / Rendimento mensal líquido) x 100
Nos encargos financeiros deverá considerar o valor que paga mensalmente em crédito habitação, crédito automóvel, crédito pessoal, dívida com o cartão de crédito, e outros créditos que tenha.
Nos rendimentos mensais, deverá incluir, conforme os casos: o seu salário líquido (se for trabalhador), os rendimentos de rendas (se for proprietário de imóveis arrendados), a sua pensão (se for pensionista) bem como outros rendimentos mensais fixos que declara no IRS.
O resultado vai ser expresso numa percentagem, que indica qual a proporção do seu orçamento mensal que vai ser usada para pagar os encargos com os seus créditos.
A resposta mais simples é que, quanto mais baixa for a taxa de esforço, mais equilibrado será o seu orçamento.
Isto porque, depois de fazer face às despesas do dia a dia (tais como alimentação, transportes e combustível, educação), vai ter mais dinheiro ao fim do mês para fazer face a outras despesas inesperadas e para construir uma poupança.
Ainda assim, e para encontrar a taxa de esforço certa para cada caso, há que ter em conta outros fatores, como a dimensão do agregado familiar e o rendimento disponível. Ou seja, uma taxa de esforço de 40% não representa o mesmo para uma família que tenha 1.500 euros de rendimento e para outra que tenha 5.000 euros.
Em termos práticos, muitos especialistas consideram que a taxa de esforço ideal não deve ultrapassar os 33%, o que corresponde a cerca de um terço do rendimento líquido do agregado familiar.
Há que ter em conta que, ao contrair um empréstimo, está a assumir um compromisso durante vários anos. O facto de hoje o conseguir pagar não significa que, por exemplo, em caso de doença, desemprego ou divórcio, não venha a sentir dificuldades para pagar determinada prestação.
Por isso, o ideal é ter sempre uma margem no orçamento que permita não só poupar, mas também continuar a cumprir os compromissos caso os rendimentos diminuam.
Outro alerta: se contraiu um empréstimo com taxa de juro variável, deve ter em conta que, caso a Euribor suba, a sua prestação também vai aumentar.
O Banco de Portugal (BdP), que supervisiona o sistema bancário português, também faz recomendações aos bancos quanto à concessão de créditos, impondo limites à quantidade de contratos que podem fazer com taxas de esforço demasiado altas.
Nas suas recomendações, o BdP não fala em taxa de esforço, mas em DSTI (debt service-to-income), que é a relação entre a soma de todas as prestações mensais dos empréstimos de uma pessoa ou família e o seu rendimento mensal líquido. Embora a fórmula seja semelhante, o DSTI usado pelos bancos pode incluir regras e ponderações mais rigorosas, como a consideração de encargos futuros e de outros membros do agregado familiar.
Atualmente, até 5% do total de novos contratos de crédito podem ultrapassar esse limite de 50%, desde que devidamente justificados. Ainda assim, a regra geral mantém-se: os bancos devem evitar aprovar créditos com taxas de esforço elevadas.
Dado que a taxa de esforço se refere à relação entre o rendimento e a despesa com prestações, as soluções óbvias são aumentar o rendimento disponível ou reduzir os encargos com créditos.
Assim, e para aumentar a receita do orçamento familiar podem ser equacionadas soluções como rentabilizar um hobby ou procurar um emprego com um salário mais alto.
Para baixar as despesas com prestações há igualmente duas possibilidades: negociar com o banco e procurar, por exemplo, baixar o spread ou prolongar o prazo do empréstimo, ou usar o dinheiro de poupanças para amortizar o crédito.
O mais importante é que, caso a taxa de esforço se torne demasiado alta, tome imediatamente medidas para evitar falhar pagamentos.
Se agir rapidamente, será mais fácil ter margem para renegociar as condições do crédito ou para pedir apoio gratuito a entidades que ajudam consumidores em risco de incumprimento.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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