Finanças

Como a energia geotérmica pode transformar o futuro da energia renovável?

5 minutos de leitura
Publicado a 10 Outubro 2025
fumarolas de onde emanam vapor de água e gases

Imagine aproveitar o calor que está debaixo dos nossos pés para aquecer casas, produzir eletricidade e tornar as cidades mais sustentáveis. Parece ficção científica, mas é realidade: estamos a falar da energia geotérmica, uma fonte de energia renovável que tem tudo para ganhar protagonismo nas próximas décadas.Se o tema lhe parece distante, não se preocupe: neste artigo explicamos o que é energia geotérmica e como pode transformar o futuro.

 

 

O que é energia geotérmica?

A palavra vem do grego: geo (terra) e thermos (calor). Ou seja, trata-se da energia obtida do calor interno da Terra. Esse calor é gerado pela formação do planeta e pelo decaimento de elementos radioativos no subsolo.

 

Na prática, a energia geotérmica pode ser aproveitada de duas formas principais:

  • Produção de eletricidade, através de centrais geotérmicas que utilizam vapor ou água quente subterrânea para mover turbinas
  • Aquecimento e arrefecimento de edifícios, com sistemas de bombas de calor que transferem energia térmica entre o subsolo e a superfície.

 

Outro detalhe que faz deste recurso uma aposta extremamente atrativa é o facto de estar disponível 24 horas por dia, independentemente do vento ou da luz solar, o que o torna altamente fiável.

 

 

Energia geotérmica: vantagens e desvantagens

Vantagens da energia geotérmica

As vantagens da energia geotérmica são várias e explicam porque estamos perante uma das fontes de energia sustentável mais promissoras do século XXI.

  • Fonte constante: funciona dia e noite, sem depender do clima
  • Baixo impacto ambiental: quase não emite gases com efeito de estufa
  • Eficiência energética elevada: sistemas de aquecimento geotérmico podem ser até quatro vezes mais eficientes do que os tradicionais
  • Menor uso de espaço: uma central geotérmica ocupa menos terreno do que uma central solar ou eólica equivalente
  • Criação de emprego local: desde a perfuração até à operação e manutenção.

 

 

Desvantagens da energia geotérmica

Como em qualquer tecnologia, também existem obstáculos:

  • Localização geográfica: não é viável em todo o lado; depende de condições geológicas específicas
  • Custo inicial elevado: a perfuração e instalação de uma central geotérmica exige grande investimento
  • Risco ambiental localizado: pode haver libertação de gases como sulfeto de hidrogénio e risco de contaminação das águas subterrâneas
  • Possível indução sísmica: embora raro, o processo de perfuração pode provocar pequenos tremores de terra.

 

 

Aplicações da energia geotérmica

A geotermia é bastante versátil e vai muito além da eletricidade. Seja em grande escala (com uma central geotérmica) ou em pequenas instalações residenciais, adapta-se a diferentes necessidades.

 

 

Climatização de edifícios (aquecimento e arrefecimento)

  • Bombas de calor geotérmicas usam a temperatura estável do subsolo para aquecer no inverno e arrefecer no verão
  • Em edifícios residenciais e comerciais, reduzem consumos e emissões, oferecendo conforto térmico com gastos previsíveis
  • Funcionam especialmente bem com piso radiante e ventiloconvetores de baixa temperatura.

 

 

Redes de calor urbano (district heating & cooling)

  • Redes geotérmicas alimentam bairros, hospitais, escolas e piscinas com calor de baixa a média entalpia
  • Permitem economias de escala, estabilidade de preço e menor dependência de combustíveis importados.

 

 

Agricultura e aquacultura

  • Estufas com geotermia garantem temperatura controlada o ano todo, aumentando produtividade e reduzindo custos
  • Na aquacultura, o aquecimento estável da água melhora crescimentos e reduz perdas.

 

 

Indústria e processos térmicos

  • Fornece calor de processo (secagem, pasteurização, lavagem, banhos térmicos), substituindo gás/óleo em setores alimentares, têxteis ou madeireiros
  • Quando existe calor excedente, este pode ser reaproveitado em diferentes etapas. Primeiro, para aquecer estufas, depois em processos de secagem e, por fim, até para produzir água quente sanitária.

 

 

Turismo termal, lazer e saúde

  • Balneoterapia e termas são usos históricos de energia limpa, dinamizam economias locais e reforçam a energia sustentável em destinos turísticos.

Produção de eletricidade

  • Em zonas de média e alta entalpia, as centrais geotérmicas (vapor seco, flash, ciclo binário) fornecem potência contínua 24/7, ideal para estabilizar a rede e complementar solar/eólica.

 

 

Energia geotérmica em Portugal

Portugal tem duas realidades distintas no que toca ao aproveitamento da energia geotérmica: alta entalpia nos Açores e baixa entalpia no continente.

 

 

Energia geotérmica nos Açores

Nos Açores, a atividade vulcânica cria condições ideais para a produção elétrica a partir de geotermia. Em São Miguel, as centrais geotérmicas já fornecem uma parte significativa da eletricidade consumida na ilha, ajudando a reduzir a dependência de combustíveis importados. Na Terceira, o projeto Pico Alto reforçou esta aposta, consolidando a geotermia como uma fonte de energia renovável de base. Para além da redução de emissões de carbono, os projetos açorianos oferecem estabilidade de preços e criam emprego qualificado na região.

 

 

Energia geotérmica no continente

No continente, o recurso geotérmico é sobretudo de baixa entalpia e, por isso, não existem centrais elétricas em funcionamento. Ainda assim, abre portas a várias aplicações locais. A energia é usada em balneários termais históricos, no aquecimento de estufas agrícolas e de piscinas, bem como na climatização de edifícios residenciais e de serviços através de bombas de calor. Estes sistemas oferecem ganhos claros em eficiência energética e reduzem custos a longo prazo. Há ainda espaço para crescer, especialmente na reabilitação energética de edifícios e na criação de redes de calor urbano que sirvam bairros ou parques industriais.

 

 

Futuro da energia geotérmica

É indiscutível: o futuro da energia geotérmica passa pela inovação. Novas técnicas de perfuração, inteligência artificial para mapear o subsolo e sistemas como o Enhanced Geothermal Systems estão a abrir possibilidades que antes pareciam inalcançáveis.

 

A Islândia é um exemplo inspirador: quase toda a sua eletricidade e aquecimento vêm da geotermia, mostrando como esta fonte pode sustentar uma economia moderna e reduzir drasticamente a dependência de combustíveis fósseis.

 

Se hoje a geotermia ainda é limitada a regiões específicas, no futuro poderá ser explorada em muito mais locais. E tal coloca-a como candidata a desempenhar um papel ainda mais relevante no mix energético global.

 

 

O papel da energia geotérmica na economia de energia

A energia geotérmica não é apenas uma solução limpa, é também uma forma de trazer estabilidade à economia de energia. Por ser local e constante, ajuda a reduzir a dependência de combustíveis importados e mantém os custos mais previsíveis a longo prazo.

 

Adicionalmente, cria emprego qualificado nas regiões onde é explorada e dá às empresas uma forma de cortar emissões sem perder competitividade. É certo que o investimento inicial é elevado, mas com o apoio de incentivos públicos e contratos de longo prazo, rapidamente se transforma numa aposta sólida e rentável.

 

A energia geotérmica pode não ser tão visível como a solar ou a eólica, mas tem um potencial silencioso e decisivo. É limpa, estável, eficiente e pode ser um trunfo para Portugal e para o mundo na corrida à neutralidade carbónica. Talvez não seja a energia que mais se vê, mas pode ser a que fará toda a diferença.

 

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