Já ouviu falar de lipedema? Saiba o que é, como identificar e aliviar os sintomas

4 minutos de leitura
Publicado a 4 Agosto 2025
 mulher sentada a passar as suas mãos pelas pernas

Saiba o que é o lipedema, como identificar, causas, estágios e tratamentos para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Sabia que em Portugal existe uma estimativa de cerca de 1 milhão de mulheres com lipedema? No mundo, essa condição pode afetar entre 10% e 20% das mulheres adultas, o que corresponde a mil milhões em números absolutos.

 

Esta condição, muitas vezes confundida com obesidade, celulite ou retenção de líquidos, trata-se de uma condição crónica e progressiva que afeta sobretudo as mulheres.

 

E, por ser pouco conhecida, acaba por ser subdiagnosticada e ignorada durante anos, o que atrasa o acesso a um tratamento adequado.

 

 

O que é o lipedema?

Vai muito além do que a simples ”gordura acumulada”. É uma doença crónica que altera a forma como a gordura se distribui no corpo, de forma simétrica e progressiva e afeta, sobretudo, as pernas, coxas, ancas e os braços.

 

E não é apenas uma questão estética. A gordura do lipedema é patológica, mais densa, forma pequenos nódulos debaixo da pele, dói ao toque e, com o tempo, pode até dificultar a mobilidade.

 

É uma condição quase exclusiva das mulheres, associada às hormonas femininas, e costuma surgir ou agravar-se em fases como puberdade, gravidez ou menopausa. Por isso, nestas alturas é comum notar que “algo mudou” no corpo, sem perceber de imediato a origem.

 

 

Como identificar o lipedema?

Note que os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas existem sinais típicos que ajudam a distinguir o lipedema de outras condições como obesidade ou linfedema:

  • Acumulação de gordura desproporcional mas simétrica, em ambos as pernas, ancas, coxas ou braços, sem afetar mãos ou pés
  • Dor e sensibilidade ao toque ou pressão
  • Tendência para hematomas que surgem facilmente, sem motivo aparente
  • Sensação de peso e cansaço nas pernas, mesmo após repouso
  • Inchaço que piora ao longo do dia, especialmente quando está muito tempo em pé ou sentada
  • Pele com textura irregular, semelhante a casca de laranja ou “acolchoada”, e pequenos nódulos de gordura
  • Desproporção visível entre o tronco e as pernas (ex.: tronco magro e pernas volumosas, com diferença de vários tamanhos de roupa).

 

 

O que causa o lipedema?

A causa exata ainda não está totalmente esclarecida, mas há três fatores chave que parecem estar sempre envolvidos:

  • Predisposição genética: é comum existir histórico familiar
  • Influência hormonal: alterações hormonais estão diretamente ligadas ao início ou agravamento dos sintomas
  • Fatores inflamatórios: a gordura associada ao lipedema tem características diferentes da gordura “normal”, apresentando um componente inflamatório que contribui para dor e sensibilidade.

 

Assim, o lipedema costuma surgir em fases de grandes mudanças hormonais: puberdade, gravidez, uso de contracetivos orais ou menopausa.

 

 

Estados do lipedema

A doença é progressiva e, com o tempo, tende a piorar se não for controlada. Existem diferentes estados:

  1. Estado 1: pele ainda lisa, mas com nódulos palpáveis debaixo da superfície.
  2. Estado 2: pele com aspeto irregular, tipo celulite, e nódulos mais evidentes.
  3. Estado 3: maior volume e deformidade, com dobras de gordura que afetam a mobilidade.
  4. Estado 4: desenvolvimento de lipo-linfedema, ou seja, um linfedema secundário causado pela sobrecarga do sistema linfático.

Existe cura para o lipedema?

Ainda não existe uma cura definitiva, mas há formas de controlar os sintomas e travar a evolução da doença, para que viva com mais conforto e qualidade de vida. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais fácil é evitar complicações como dificuldades de mobilidade, infeções recorrentes ou o impacto emocional que tantas mulheres sentem ao lidar com esta condição.

 

 

Tratamentos para lipedema

Mesmo sem cura, existem várias opções que ajudam a aliviar o desconforto e a melhorar o dia a dia. O tratamento é sempre individualizado e, na maioria dos casos, combina cuidados simples com terapias especializadas. Em situações mais avançadas, pode também envolver cirurgia.

  • Terapia de compressão: o uso de meias ou roupas de compressão ajuda a reduzir a dor, controlar o inchaço e facilita a mobilidade no dia a dia
  • Drenagem linfática manual: são massagens específicas que estimulam a circulação e diminuem o edema, trazendo alívio para a sensação de peso nas pernas
  • Exercício físico adaptado: atividades de baixo impacto, como caminhada, hidroginástica, natação ou ioga, melhoram a circulação sem sobrecarregar as articulações
  • Alimentação anti-inflamatória: uma dieta equilibrada e rica em alimentos anti-inflamatórios pode ajudar a reduzir a inflamação associada ao lipedema e melhorar o bem-estar geral
  • Lipoaspiração específica para lipedema: nos casos mais avançados, pode ser necessária cirurgia para remover a gordura patológica. É diferente da lipoaspiração estética comum e deve ser feita apenas por profissionais experientes, muitas vezes em mais do que uma sessão
  • Apoio psicológico: como o lipedema afeta a autoestima e a qualidade de vida, muitas mulheres sentem ansiedade, tristeza ou até tendência para o isolamento social. Ter apoio psicológico faz toda a diferença.

 

 

O que pode fazer para se sentir melhor no dia a dia?

Mesmo sem cura, alguns cuidados simples ajudam a aliviar o desconforto e tornar a rotina mais leve. São gestos simples, mas que, somados, ajudam a melhorar o conforto e a qualidade de vida.

  • Evitar longos períodos em pé ou sentada sem se mexer
  • Usar meias de compressão, sobretudo em dias mais quentes ou de maior esforço
  • Fazer pequenas pausas para caminhar e estimular a circulação
  • Manter um peso saudável para não sobrecarregar ainda mais o corpo
  • Apostar em atividades físicas regulares e de baixo impacto, como caminhadas curtas ou hidroginástica
  • Seguir uma alimentação equilibrada, evitando ultraprocessados e excesso de açúcar
  • Hidratar bem a pele para prevenir fissuras e infeções.

 

 

Quando procurar ajuda médica?

Se sente que algo não está bem, se tem pernas pesadas, inchadas, doridas, que não melhoram com dieta ou exercício, não ignore. Procurar ajuda médica é o primeiro passo para entender o que realmente está a acontecer com o seu corpo. Um especialista, como um angiologista ou cirurgião vascular, poderá fazer um diagnóstico correto e distinguir o lipedema de outras condições, como obesidade, celulite ou linfedema.

 

Não adie essa decisão. Quanto mais cedo o lipedema for identificado, mais fácil é controlar os sintomas, travar a progressão e evitar complicações que podem afetar a mobilidade e o bem-estar emocional.

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

A sua saúde não pode esperar

Sem limite de idade, com assistente de saúde e acesso a medicinas alternativas.

Informação de tratamento de dados

O Banco Santander Totta, S.A. é o responsável pelo tratamento dos dados pessoais recolhidos.

O Banco pode ser contactado na Rua da Mesquita, 6, Centro Totta, 1070-238 Lisboa.

O Encarregado de Proteção de Dados do Banco poderá ser contactado na referida morada e através do seguinte endereço de correio eletrónico: privacidade@santander.pt.

Os dados pessoais recolhidos neste fluxo destinam-se a ser tratados para a finalidade envio de comunicações comerciais e/ou informativas pelo Santander.

O fundamento jurídico deste tratamento assenta no consentimento.

Os dados pessoais serão conservados durante 5 anos, ou por prazo mais alargado, se tal for exigido por lei ou regulamento ou se a conservação for necessária para acautelar o exercício de direitos, designadamente em sede de eventuais processos judiciais, sendo posteriormente eliminados.

Assiste, ao titular dos dados pessoais, os direitos previstos no Regulamento Geral de Proteção de Dados, nomeadamente o direito de solicitar ao Banco o acesso aos dados pessoais transmitidos e que lhe digam respeito, à sua retificação e, nos casos em que a lei o permita, o direito de se opor ao tratamento, à limitação do tratamento e ao seu apagamento, direitos estes que podem ser exercidos junto do responsável pelo tratamento para os contactos indicados em cima. O titular dos dados goza ainda do direito de retirar o consentimento prestado, sem que tal comprometa a licitude dos tratamentos efetuados até então.

Ao titular dos dados assiste ainda o direito de apresentar reclamações relacionadas com o incumprimento destas obrigações à Comissão Nacional da Proteção de Dados, por correio postal, para a morada Av. D. Carlos I, 134 - 1.º, 1200-651 Lisboa, ou, por correio eletrónico, para geral@cnpd.pt (mais informações em https://www.cnpd.pt/).

Para mais informação pode consultar a nossa política de privacidade (https://www.santander.pt/politica-privacidade).