O que é o “market timing”? Saiba como pode usá-lo na sua estratégia de investimento.
É investidor e já ouviu falar da estratégia de “market timing”? Aprofunde os seus conhecimentos sobre esta estratégia e saiba como pode enquadrar-se na sua estratégia de investimento.
“Market timing” é uma estratégia de compra ou venda de um ativo baseada na previsão do comportamento do seu preço no futuro.
É certo que, quem investe num ativo, tem a expetativa de que ele venha a valorizar no futuro. No entanto, esta estratégia tem em conta a análise do comportamento do preço desse ativo e na previsão da sua evolução, tipicamente para prazos curtos de tempo.
Ter sucesso no investimento envolve não só reconhecer a qualidade de um determinado ativo mas, também, ter uma estratégia bem delineada de compra dos ativos. Para tal, os investidores socorrem-se da análise fundamental (perceber os fundamentos económicos e financeiros de determinada empresa, por exemplo) e da análise técnica (inferir comportamentos futuros baseado em tendências de preços passados).
Percebemos, assim, que o “market timing” possa ser importante para definir momentos de entrada e de saída do mercado, sendo certo que estas compras e vendas devem estar sempre enquadradas na sua estratégia de investimento global.
Quem investe está a lidar com a incerteza.
Podemos ter modelos melhor ou pior estruturados mas não podemos adivinhar o futuro. Muito menos, podemos adivinhar o futuro tendo em conta o passado. É certo que o passado pode informar-nos sobre o futuro mas não retira a incerteza, daí que tenhamos de ser recompensados pelo risco em que incorremos.
Dito isto, identificamos algumas dificuldades que costumam estar associados ao “market timing”:
1. Não temos uma bola de cristal
Sim, é impossível prever o futuro e o investidor apenas poderá tentar reduzir a incerteza e definir um modelo em que acerte mais vezes do que erra.
2. Exigência de tempo
Para aumentarmos a probabilidade de sucesso da nossa estratégia de investimento, temos de dedicar-lhe tempo. Precisamos de ter os conhecimentos necessários para dominar esta (e outras) estratégias de investimento, o que requer disponibilidade.
3. Comissões
A realização de diversas operações de compra e venda de ativos pode ter associado um conjunto de comissões que acabam por reduzir a margem de sucesso da estratégia.
4. Impostos
Ao realizar mais-valias nos nossos investimentos, temos de suportar o pagamento de impostos, o que faz com que o “market timing” possa não ser adequado para os investidores de longo prazo.
5. Exposição à psicologia dos mercados
O “market timing” envolve análises rigorosas e implica, para ser bem-sucedido, que tenhamos a capacidade de expurgar a emoção da decisão.
É custoso, em termos psicológicos, comprar um ativo que tem vindo a desvalorizar no tempo, sendo mais fácil comprar algo que tem vindo a valorizar muito. No entanto, podemos ter de tomar decisões contra-corrente, o que pode não ser natural nem desejado por muitos investidores particulares.
O “market timing” é uma ferramenta que pode ser importante no sucesso da estratégia de investimento.
Por outro lado, exige conhecimentos e disponibilidade que muitos investidores particulares não têm, sendo certo que o seu sucesso pode ser potenciado em momentos de maior volatilidade no mercado.
E quem melhor do que as equipas de gestores profissionais para levar a cabo esta estratégia? Quem melhor para decidir a melhor altura para aumentar a exposição ao risco e as alturas que pedem prudência e redução de riscos?
Para além do recurso a uma equipa de gestão profissional, algo a que podemos ter acesso facilitado através de fundos de investimento, poderá fazer sentido pensar na lógica de investir de forma continuada e automática ao longo do tempo.
Ao fazer reforços programados para fundos de investimento ou para seguros financeiros, estamos a alisar o preço de compra. Ou seja, compramos os ativos em diferentes níveis de preço, o que evita que compremos sempre ao preço mais alto. Informe-se sobre as soluções de poupança e de investimento com o seu gestor de conta.
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