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O ouro está a viver um ano histórico. Em outubro, ultrapassou pela primeira vez os 4.000 dólares por onça e, nos dias seguintes, continuou a renovar máximos. Recordes que deixam o mundo financeiro em alerta. Para muitos, é um déjà vu de outros tempos de incerteza: quando o cenário global treme, o ouro costuma brilhar.
Mas o que está a fazer o ouro disparar desta forma? E o que é que isto significa para quem investe, para o mercado e até para a economia portuguesa?
Depois de vários meses em alta, o ouro chegou a superar, aproximadamente, os 4.380 dólares por onça em meados de outubro, o valor mais elevado de sempre. Em euros, traduz-se em cerca de 120 euros por grama, um novo máximo também no mercado português.
É uma subida impressionante: desde o início do ano, o ouro já valorizou mais de 50%. E mesmo com pequenas correções nos últimos dias, continua muito acima dos níveis vistos há apenas um ano.
Não há uma única explicação. Existe, sim, um conjunto de fatores que se juntaram e criaram o cenário perfeito para esta escalada.
A Reserva Federal cortou novamente as taxas de juro em setembro e o mercado acredita que vêm aí mais cortes até ao final do ano. Quando os juros baixam, o ouro tende a subir, porque deixa de haver o “custo de oportunidade” de manter um ativo que não gera rendimentos.
Em linguagem simples: se o dinheiro no banco rende menos, o ouro volta a parecer uma boa alternativa.
Com tensões entre os Estados Unidos e a China, uma Europa dividida e dúvidas sobre a saúde fiscal americana, muitos investidores estão a procurar um refúgio. E, historicamente, o ouro é o ativo de segurança por excelência, o “porto seguro” onde se abriga o dinheiro quando o mundo parece incerto.
Outro motor da subida tem sido o apetite dos bancos centrais, especialmente da China e da Índia, que têm reforçado as suas reservas de ouro mês após mês. Tal cria uma procura constante e ajuda a sustentar os preços em alta.
Um dólar em queda também joga a favor do ouro, já que o metal é negociado nessa moeda. Quando o dólar perde força, o ouro torna-se mais barato para quem investe noutras divisas — e isso impulsiona ainda mais a procura global.
Por cá, o reflexo vê-se logo nas vitrinas das ourivesarias: o preço do grama de ouro ultrapassou os 119 euros, e muitos comerciantes notam um comportamento curioso: menos vendas, mas com valores médios mais altos, e também mais pessoas interessadas em vender ouro antigo ou investir em peças como forma de proteger o dinheiro.
Adicionalmente, as reservas de ouro do Banco de Portugal ganharam valor: há estimativas de que valem hoje mais de 46 mil milhões de euros, praticamente o dobro do registado há dois anos e meio.
Os analistas estão divididos. Há quem acredite que o ouro pode chegar aos 4.400 dólares ainda este ano. Outros avisam que, depois de tantos recordes, pode vir uma correção. Alguns analistas vão ainda mais longe. A Société Générale, por exemplo, prevê que o ouro possa atingir os 5.000 dólares por onça em 2026, sustentado pela procura crescente de bancos centrais e pela fraqueza persistente do dólar.
A verdade é que o ouro tende a andar em ciclos: quando o medo domina os mercados, sobe; quando há otimismo e as bolsas disparam, costuma perder algum brilho.
Mas mesmo que o preço recue um pouco, o consenso é claro: o ouro voltou a ser protagonista no mercado global e deve continuar a ter um papel importante como proteção nas carteiras de investimento.
Hoje há várias formas de ter ouro sem precisar de o guardar debaixo do colchão:
É importante lembrar que o ouro não gera rendimentos periódicos, como juros ou dividendos. Por isso, tende a ser mais procurado em fases de juros baixos ou em descida, quando as alternativas tradicionais oferecem retornos menores.
E é precisamente por não gerar rendimento que o ouro deve ser visto como uma proteção, e não como uma aposta para ganhar dinheiro rápido. Os especialistas recomendam que represente entre 5% e 10% da carteira de investimento, ajudando a equilibrar riscos e a preservar valor em períodos de instabilidade.
E há um conselho que se repete: entrar aos poucos, de forma faseada. Como o ouro está perto dos máximos, comprar em pequenas parcelas (em vez de tudo de uma vez) é a forma mais segura de mitigar o risco.
Para acompanhar a evolução do preço do ouro e entender as variações ao longo do tempo, há duas fontes de referência que vale a pena conhecer. O Banco de Portugal disponibiliza dados oficiais sobre o valor e a composição das reservas de ouro nacionais, permitindo perceber o peso deste ativo na economia portuguesa. Já o World Gold Council atualiza diariamente a cotação internacional do metal precioso, apresentando gráficos e históricos que ajudam a seguir de perto as subidas e descidas do ouro nos mercados mundiais.
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