Temos vindo a assistir a um aumento elevado da taxa de poupança das famílias em Portugal, numa reação à pandemia que estamos a viver. Por um lado, temos menos oportunidades de consumo. Por outro lado, adiamos o consumo e outras decisões de investimento, esperando que a incerteza se dissipe. Neste contexto, será que faz sentido aplicar todas as suas poupanças nos produtos de poupança tradicionais?
Em momentos de crise económica, os bancos centrais procuram dar estímulos ao crescimento económico. Estes estímulos podem passar por baixar as taxas de juro de referência (para incentivar o consumo e promover o investimento) ou pela impressão de dinheiro (para introduzir liquidez nos mercados). Como resultado, as taxas de juro a que se financiam os governos e as empresas são reduzidas, o que tem impactos na taxa de retorno de algumas das principais aplicações financeiras.
Num cenário como o atual, os aforradores têm um grande desafio pela frente que consiste em encontrar alternativas rentáveis para aplicar as suas poupanças. Se, no passado, chegámos a ter taxas de juro de depósitos a prazo superiores a 4% ou 5%, hoje temos taxas de juro próximas de zero. Apesar disso, muitas famílias continuam a preferir a segurança à rentabilização, optando por manter o dinheiro nas suas contas à ordem ou em aplicações de capital garantido (que proporcionam retornos muito próximos de zero). O problema é que num contexto de inflação, se não temos retorno nos investimentos acabamos por perder dinheiro. Porquê?
Uma das funções do dinheiro consiste em ser uma reserva de valor. Isto significa que o dinheiro é um ativo que é usado para “transportar” valor de hoje para o futuro, daí dizermos que poupar significa deixar de consumir hoje para consumir no futuro. Por exemplo, poupamos hoje €100 para gastar os mesmos €100 dentro de 1 ano. Mas será que estes €100 de hoje compram o mesmo do que €100 no futuro?
Como tem percebido no seu dia a dia, os bens e serviços estão mais caros, pelo efeito da inflação. Significa isto que o seu dinheiro perde valor. Desvaloriza pelo efeito da inflação. Para manter o poder de compra, temos de aplicar o dinheiro e obter retornos pelo menos iguais à taxa de inflação. Aliás, isto será tão mais importante nos próximos tempos pois espera-se um aumento ainda mais rápido da inflação como resultado dos estímulos que falámos anteriormente.
Para facilitar a sua análise, pense nos conceitos de taxa de retorno:
Como percebemos, a taxa de retorno real é a taxa que deve interessar aos investidores, na medida em que é aquela taxa que nos indica o ganho (ou perda) de poder de compra.
Se percebemos que os bancos centrais e os governos estão a fornecer estímulos económicos e monetários que aumentam a quantidade de moeda em circulação e se percebemos que o dinheiro também desvaloriza, saberemos que ter poupanças aplicadas em aplicações sem qualquer rentabilidade pode ser arriscado. Arriscado porque podemos perder poder de compra, mesmo que mantenhamos o mesmo valor nominal que aplicámos inicialmente.
Isto não significa que não deveremos colocar dinheiro em instrumentos de poupança tradicionais, especialmente se falarmos dos fundos que temos para fazer face a emergências.
Significa, antes, que temos de ser mais criteriosos quando pensamos a nossa estratégia de investimento. Significa, também, que teremos de considerar outras alternativas de investimento, como os fundos de investimento, os seguros financeiros ou os planos poupança reforma (que têm benefícios fiscais que podem ser muito relevantes). Nesta opção de investimento importa ter presente o risco, liquidez e horizonte temporal para fazer uma escolha adequada que permita uma acumulação de património no médio e longo prazo sem perda de poder de compra.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
Temos vindo a assistir a um aumento elevado da taxa de poupança das famílias em Portugal, numa reação à pandemia que estamos a viver. Por um lado, temos menos oportunidades de consumo. Por outro lado, adiamos o consumo e outras decisões de investimento, esperando que a incerteza se dissipe. Neste contexto, será que faz sentido aplicar todas as suas poupanças nos produtos de poupança tradicionais?
Em momentos de crise económica, os bancos centrais procuram dar estímulos ao crescimento económico. Estes estímulos podem passar por baixar as taxas de juro de referência (para incentivar o consumo e promover o investimento) ou pela impressão de dinheiro (para introduzir liquidez nos mercados). Como resultado, as taxas de juro a que se financiam os governos e as empresas são reduzidas, o que tem impactos na taxa de retorno de algumas das principais aplicações financeiras.
Num cenário como o atual, os aforradores têm um grande desafio pela frente que consiste em encontrar alternativas rentáveis para aplicar as suas poupanças. Se, no passado, chegámos a ter taxas de juro de depósitos a prazo superiores a 4% ou 5%, hoje temos taxas de juro próximas de zero. Apesar disso, muitas famílias continuam a preferir a segurança à rentabilização, optando por manter o dinheiro nas suas contas à ordem ou em aplicações de capital garantido (que proporcionam retornos muito próximos de zero). O problema é que num contexto de inflação, se não temos retorno nos investimentos acabamos por perder dinheiro. Porquê?
Uma das funções do dinheiro consiste em ser uma reserva de valor. Isto significa que o dinheiro é um ativo que é usado para “transportar” valor de hoje para o futuro, daí dizermos que poupar significa deixar de consumir hoje para consumir no futuro. Por exemplo, poupamos hoje €100 para gastar os mesmos €100 dentro de 1 ano. Mas será que estes €100 de hoje compram o mesmo do que €100 no futuro?
Como tem percebido no seu dia a dia, os bens e serviços estão mais caros, pelo efeito da inflação. Significa isto que o seu dinheiro perde valor. Desvaloriza pelo efeito da inflação. Para manter o poder de compra, temos de aplicar o dinheiro e obter retornos pelo menos iguais à taxa de inflação. Aliás, isto será tão mais importante nos próximos tempos pois espera-se um aumento ainda mais rápido da inflação como resultado dos estímulos que falámos anteriormente.
Para facilitar a sua análise, pense nos conceitos de taxa de retorno:
Como percebemos, a taxa de retorno real é a taxa que deve interessar aos investidores, na medida em que é aquela taxa que nos indica o ganho (ou perda) de poder de compra.
Se percebemos que os bancos centrais e os governos estão a fornecer estímulos económicos e monetários que aumentam a quantidade de moeda em circulação e se percebemos que o dinheiro também desvaloriza, saberemos que ter poupanças aplicadas em aplicações sem qualquer rentabilidade pode ser arriscado. Arriscado porque podemos perder poder de compra, mesmo que mantenhamos o mesmo valor nominal que aplicámos inicialmente.
Isto não significa que não deveremos colocar dinheiro em instrumentos de poupança tradicionais, especialmente se falarmos dos fundos que temos para fazer face a emergências.
Significa, antes, que temos de ser mais criteriosos quando pensamos a nossa estratégia de investimento. Significa, também, que teremos de considerar outras alternativas de investimento, como os fundos de investimento, os seguros financeiros ou os planos poupança reforma (que têm benefícios fiscais que podem ser muito relevantes). Nesta opção de investimento importa ter presente o risco, liquidez e horizonte temporal para fazer uma escolha adequada que permita uma acumulação de património no médio e longo prazo sem perda de poder de compra.
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