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Depois de um período mais contido, o mercado imobiliário volta a dar sinais de dinamismo. Mas será esta retoma sustentável?
Comprar casa voltou a estar no radar de muitas famílias portuguesas — e os números mostram isso mesmo. Nos primeiros meses de 2025, os pedidos de crédito à habitação deram um salto, impulsionados pela descida das taxas de juro e pelos novos apoios estatais, como a garantia pública para jovens até aos 35 anos.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, a procura por crédito à habitação aumentou de forma expressiva no primeiro trimestre de 2025. O principal motivo? A descida das taxas de juro, que tornou os empréstimos mais acessíveis.
Mas foi mais que isso: os novos apoios estatais, como a isenção de IMT e a garantia pública para jovens até aos 35 anos, também deram um forte impulso à decisão de comprar casa.
Apenas entre janeiro e março, o valor médio dos empréstimos formalizados subiu 24% face ao mesmo período do ano anterior, passando para os 201 mil euros por contrato. E quem pediu crédito nesta fase, fê-lo por valores cada vez mais altos: em média, 81% do valor da casa foi financiado pela banca, o que indica uma maior dependência do crédito.
Este aumento nos montantes financiados e no rácio de financiamento levanta sinais de alerta quanto ao equilíbrio financeiro das famílias, sobretudo num contexto de preços de habitação ainda elevados.
Apesar da forte procura, os bancos não mudaram (para já) os seus critérios de concessão de crédito. Continuam a avaliar bem cada pedido e rejeitaram ligeiramente mais propostas de financiamento no arranque do ano.
Contudo, também houve sinais positivos: muitos bancos começaram a aplicar spreads mais baixos nos empréstimos de risco médio e a flexibilizar o rácio entre o valor do empréstimo e o valor da casa (o famoso LTV – loan-to-value).
Na prática, significa que quem tem um perfil razoável está a conseguir melhores condições para financiar a compra da casa. E, com a concorrência entre bancos a aquecer, é muito provável que esta tendência continue.
Outro dado curioso é o perfil de quem está a pedir crédito: os jovens estão cada vez mais presentes. Em 2024, 43% dos novos contratos de crédito à habitação envolveram pessoas entre os 18 e os 35 anos. Tendência que se veio a solidificar em 2025, com 44% dos créditos a jovens no primeiro trimestre a serem concedidos ao abrigo da nova garantia pública que permite financiar até 100% do valor da casa, segundo dados do Banco de Portugal.
Além disso, os incentivos estão a atrair também cidadãos estrangeiros, que representaram 30% dos contratos de crédito no último ano. Tudo isto está a contribuir para um aumento significativo do montante global de crédito concedido (e para uma crescente pressão sobre os preços no mercado imobiliário).
A previsão é simples: enquanto as taxas de juro continuarem a descer - e tudo indica que sim, pelo menos até ao final do ano -, a procura por crédito à habitação deve manter-se elevada. As Euribor estão a aproximar-se dos 2% e os bancos continuam a ajustar os seus spreads para atrair clientes. As taxas mistas, com juros fixos nos primeiros anos, estão a dominar o mercado, já representando mais de 80% dos novos contratos.
Do lado dos bancos, espera-se uma ligeira flexibilização nos critérios de concessão nos próximos meses. Mas a prudência vai manter-se, afinal, apesar do ambiente mais favorável, o risco de sobre-endividamento também está a aumentar.
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