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Pode ser uma opção que agrada a carteira mas definitivamente não agrada o planeta. Se há algo que está cada vez mais na moda é a sustentabilidade, por isso vamos conhecer o impacto ambiental que a fast fashion causa.
Ao longo dos anos tem existido um aumento da consciência que a fast fashion causa um grande impacto ambiental, o que se traduz em algumas transformações na própria indústria.
Em Portugal cada vez mais nascem marcas ou transformam-se antigas que querem fazer parte desta sustentabilidade. No entanto, os consumidores é que tomam a verdadeira decisão.
É necessária uma mudança de hábitos e perceber que algo que hoje lhe custa pouco dinheiro pode ter um preço muito elevado para as futuras gerações. Posto isto, e devido ao aumento das preocupações ambientais, têm surgido cada vez mais estudos sobre o impacto da fast fashion. Os números são um alerta para as enormes consequências deste tipo de produção e consumo.
O estudo “The global environmental injustice of fast fashion” (A injustiça ambiental global da fast fashion, numa tradução livre) de Rachel Bick, Erika Halsey e Christine C. Ekenga, apesar de ser de 2018 continua a ser uma referência importante para compreender os impactos ambientais da indústria da fast fashion, sobretudo nos Estados Unidos.
Estima-se que, todos os anos, sejam compradas entre 100 mil milhões de peças de vestuário em todo o mundo. Nos EUA, cerca de 85% das roupas descartadas acabam em aterros, o que representa uma média de cerca de 37 quilos de resíduos têxteis por pessoa por ano, segundo dados da Agência de Proteção Ambiental (EPA).
Em Portugal, os dados de 2023 da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelam que, em 2023, foram recolhidas aproximadamente 234 mil toneladas de resíduos têxteis, o que corresponde a 4,38% do total de resíduos urbanos produzidos no país — ou cerca de 23,2 quilos por habitante. Estes valores confirmam uma tendência crescente no volume de resíduos gerados pelo setor têxtil, refletindo a urgência de soluções mais sustentáveis para a produção e o consumo de vestuário.
A fast fashion tem um impacto ambiental brutal. O algodão consome muita água e usa pesticidas que poluem os rios. O poliéster, feito de petróleo, liberta microplásticos e aumenta as emissões de CO2.
Estudos revelam que 73% dos microplásticos encontrados no Ártico são fibras de poliéster, muitas delas provenientes da indústria têxtil. Para se ter uma ideia do impacto ambiental, a produção de apenas um quilo de roupa pode consumir até 200 litros de água. Segundo o banco UBS, a indústria da fast fashion emite mais CO2 do que os setores da aviação e navegação juntos, é responsável por 20% da poluição da água e consome anualmente cerca de 79 mil milhões de metros cúbicos de água.
Não se trata apenas dos materiais utilizados, também é importante debruçarmo-nos sobre a qualidade laboral das pessoas que produzem estas peças. Quando os preços são muito baixos, é sinal de que a mão-de-obra também é barata.
Regra geral, são os países menos desenvolvidos, como o Bangladesh ou o Paquistão, que concentram fábricas com más condições de trabalho, empregando pessoas que trabalham longas horas por salários muito reduzidos. Acidentes e doenças profissionais são frequentes, já que muitos funcionários estão expostos a químicos tóxicos e operam equipamento inseguro.
No entanto, a China, embora já não seja considerada um país pobre, continua a apresentar condições laborais precárias no setor da fast fashion. Os turnos são excessivamente longos, com poucas pausas, e muitas vezes as horas extra não são devidamente pagas.
A fast fashion baseia-se na produção de peças feitas para durar pouco e sair de moda rapidamente, incentivando um consumo impulsivo e descartável. Este modelo leva a um enorme desperdício de roupa, muitas vezes pouco usada (ou até mesmo nunca usada).
Este modelo de consumo estimula uma relação desequilibrada com o vestir e com a autoestima, promovendo o valor da novidade e não da qualidade. Como consequência, gera ciclos viciantes de compra, descarte e nova compra, mantendo o consumidor preso a uma lógica constante de insatisfação e substituição.
Se as marcas apostarem em tecidos mais sustentáveis e em roupa mais durável, estarão a ajudar. Mas todos nós, enquanto consumidores, podemos contribuir.
Adotar hábitos de consumo mais conscientes como: comprar menos, reutilizar e optar por segunda mão é essencial para reduzir o impacto da fast fashion. Pequenas escolhas no dia a dia fazem a diferença para o ambiente, para as pessoas e para o futuro da moda.
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