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Finanças
O aumento das rendas previsto para 2026 volta a colocar o tema da habitação no centro do debate nacional.
Mesmo depois de um ano marcado por uma inflação mais estável, o novo coeficiente de atualização representa um acréscimo moderado, mas com impacto real no orçamento das famílias e na gestão dos senhorios. De acordo com o Aviso n.º 23174/2025/2, de 19 de setembro, o Instituto Nacional de Estatística (INE) fixou o coeficiente de atualização das rendas em 2,24%.
Neste artigo, explicamos o que está por detrás desta subida, como calcular o novo valor da renda e de que forma arrendatários e senhorios podem preparar-se para as mudanças que 2026 trará ao mercado imobiliário.
O coeficiente de atualização das rendas para 2026 foi fixado em 1,0224, o que corresponde a um aumento de 2,24%.
O valor é determinado anualmente pelo INE, com base na variação média do Índice de Preços no Consumidor (IPC) dos últimos 12 meses, excluindo habitação.
Embora o aumento pareça moderado, existem fatores estruturais que continuam a pressionar o mercado:
O cálculo da nova renda é simples e aplica-se a todos os contratos de arrendamento, desde que o contrato não estipule outro critério de atualização.
Considere o exemplo prático seguinte:
Recorde-se que este coeficiente é o valor máximo permitido. O senhorio pode decidir aplicar um aumento inferior ou, simplesmente, não atualizar a renda.
A atualização da renda deve ser comunicada por escrito pelo senhorio, com uma antecedência mínima de 30 dias antes da data em que entra em vigor.
Caso o senhorio não tenha atualizado a renda nos últimos três anos, pode aplicar coeficientes acumulados, desde que dentro do limite legal, o que poderá resultar num aumento total superior (em torno de 11%).
A carta de atualização deve indicar de forma clara:
Esta comunicação deve respeitar as regras previstas no artigo 1077.º do Código Civil e ser acompanhada de comprovativo do coeficiente publicado pelo INE.
O coeficiente aplica-se a nível nacional, mas o impacto varia consoante a localização e o valor médio das rendas em cada região:
Contratos antigos, anteriores a 1990, podem estar sujeitos a regimes especiais de atualização, previstos nos artigos 30.º a 56.º da Lei n.º 6/2006, e devem ser analisados caso a caso.
Quem vive em casa arrendada deve contar com um ligeiro aumento da despesa mensal em 2026. O coeficiente de atualização de 2,24% pode traduzir-se em mais 15 a 30 euros por mês, dependendo do valor da renda e da região.
Num contexto em que as despesas com habitação já representam mais de 35% do rendimento de muitas famílias, este acréscimo pode pesar no orçamento e exigir alguma reavaliação da gestão financeira.
Apesar de o aumento ser moderado, é importante lembrar que a atualização não é obrigatória. O senhorio pode optar por manter o valor atual da renda, desde que respeite as condições do contrato.
Para os proprietários, o aumento das rendas em 2026 traz alguma estabilidade e permite ajustar valores à inflação, ajudando a equilibrar a rentabilidade dos imóveis sem comprometer a permanência dos inquilinos.
Ainda assim, é essencial que os senhorios mantenham uma postura equilibrada e privilegiem contratos estáveis, manutenção preventiva e uma comunicação transparente.
Pontos-chave:
A aplicação do novo coeficiente implica alguns cuidados práticos. Tanto arrendatários como senhorios podem antecipar eventuais impactos financeiros e garantir uma atualização sem conflitos.
Existem apoios que salvaguardam os arrendatários e o Governo português reforçou, para 2026, um conjunto de medidas destinadas a aliviar o peso das rendas nas famílias.
Algumas destas medidas estão incluídas no Orçamento do Estado para 2026 e aguardam aprovação final.
Ou seja:
Um inquilino que pague 750 euros por mês (9.000 euros por ano) pode deduzir 15%, ou seja, 1.350 euros. No entanto, como o limite é de 900 euros, esse será o valor máximo dedutível.
Este programa apoia famílias com rendimentos até ao 6.º escalão de IRS e que gastem mais de 35% do rendimento líquido mensal com a renda.
Em 2025, mais de 27.000 famílias beneficiaram deste apoio, e espera-se um reforço do orçamento do programa em 2026.
Num mercado ainda em desequilíbrio, a estabilidade e a informação serão os melhores aliados, quer para quem arrenda, quer para quem disponibiliza a habitação. É essencial que os arrendatários compreendam os direitos, otimizem o orçamento e recorram aos apoios disponíveis.
Para os senhorios, o foco deve estar na gestão transparente, cumprimento das regras legais e rentabilização sustentável dos imóveis.
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