Está a pensar importar um carro? Da matrícula nova ao registo, saiba quais os passos a dar quando o automóvel chegar a Portugal.
Há cada vez mais carros importados em Portugal. Em 2022, os automóveis em segunda mão adquiridos no estrangeiro representaram 67,1% dos pedidos de matrículas em Portugal, de acordo com dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
Se está a pensar dar este passo, lembre-se que, ao chegar a Portugal, tem de legalizar o automóvel. Pode fazê-lo de duas formas: sozinho ou através de uma agência de documentação automóvel. Estas empresas cobram valores que podem ir dos 250 euros aos 500 euros (sem as despesas fixas). Saiba, neste artigo, quais os passos para importar carros para Portugal e quais as despesas que pode esperar.
Para iniciar o processo de legalização em Portugal, é importante conferir se tem a documentação necessária. É o caso de:
Uma vez em Portugal, deve levar o automóvel a um Centro de Inspeções de categoria B, para realizar uma inspeção para atribuição de matrícula. Deve levar consigo os seguintes documentos:
Se tudo estiver em conformidade, será emitido um certificado de inspeção modelo 112. Este documento tem a validade de 90 dias úteis e deverá ser apresentado no IMT para pedir o certificado de matrícula.
De seguida, deve dirigir-se ao IMT para substituir o Certificado de Conformidade Europeu pelo número de homologação nacional. A homologação garante que o veículo atende aos padrões específicos de segurança e emissões em vigor em Portugal. Para tal, terá que apresentar o certificado de matrícula do país de origem e o COC.
A DAV, Declaração Aduaneira de Veículo, é uma declaração que deve ser submetida no prazo de 20 dias após a chegada do automóvel a Portugal. O preenchimento é feito online, através do Portal Aduaneiro e deve ser acompanhado dos seguintes documentos:
Nota: após submeter a DAV tem 10 dias úteis para apresentar estes documentos à alfândega. Porém, será mais prático entregá-los através de submissão eletrónica, aquando da submissão da DAV.
Depois de submetida a DAV, será emitido o DUC (Documento Único de Cobrança). Neste documento constam os impostos que terá de pagar pela legalização do automóvel em Portugal e as respetivas referências.
De seguida, deve dirigir-se ao IMT para entregar o modelo 9 e iniciar o processo de obtenção do certificado de matrícula (também conhecido como Documento Único Automóvel [DUA]).
O certificado de matrícula é o documento que reúne as características identificadoras do veículo, bem como os elementos referentes à sua propriedade. Na prática, trata-se do documento de identificação do veículo, sem o qual não pode circular de forma legal.
O pedido é feito no IMT e implica entregar o modelo 9 preenchido, o modelo 112 do centro de inspeções, o COC, a cópia ou o original do documento de identificação do veículo de origem autenticado pelos serviços da Alfândega e o documento comprovativo da regularização da situação do veículo junto da Alfândega.
Assim que receber o número de matrícula, deve recorrer a uma casa especializada para mandar fazer as respetivas chapas.
A partir do momento em que tem número de matrícula é possível contratar um seguro automóvel em Portugal, uma condição essencial para circular dentro da legalidade.
Agora deverá fazer o registo inicial de propriedade do automóvel numa Conservatória do Registo Automóvel. Pode fazê-lo pessoalmente numa conservatória ou online, através do Portal Automóvel. Não é necessário juntar nenhum documento, uma vez que as Conservatórias têm acesso à informação necessária por via eletrónica.
Quando está a importar um automóvel conte com algumas despesas. Os custos fixos rondam os 210,65 euros. Dos quais:
Além disso, ainda tem de pensar nos custos variáveis, que dependem de outros fatores, como o ISV, o IVA e os direitos aduaneiros (caso importe o veículo fora da União Europeia).
Caso deseje importar um carro, poderá ter de pagar, pelo menos, dois impostos: o ISV (Imposto sobre Veículos) e o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado).
Este imposto incide sobre os veículos motorizados e matriculados pela primeira vez em Portugal. O montante depende de vários fatores, como as emissões de CO2, cilindrada, idade do veículo e tipo de combustível. Mas poderá utilizar o simulador de ISV do Portal das Finanças para ter uma noção do valor que irá pagar.
No entanto, as pessoas que vivam noutro país e transfiram a sua residência legal para Portugal podem ter direito à isenção deste imposto, caso tragam consigo um veículo. Para tal, devem reunir as seguintes condições:
Além do ISV, poderá ter de pagar IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado). Caso compre o automóvel noutro país da União Europeia, apenas terá de pagar IVA em Portugal se este for novo (com menos de 6.000 quilómetros ou tenha sido entregue há menos de seis meses). Neste caso, o IVA é pago no país de origem e depois em Portugal, sendo que terá direito a receber o reembolso do valor que pagou no país de origem.
Caso se trate de um veículo utilizado, apenas paga IVA no país de origem e não terá de pagar este imposto em Portugal.
Já se o veículo tiver como proveniência um país fora da União Europeia, terá de pagar IVA sobre a importação do automóvel, assim como direitos aduaneiros, tal como acontece com qualquer outro bem importado.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
O que achou deste artigo?
Queremos continuar a trazer-lhe conteúdos úteis. Diga-nos o que mais gostou.
Agradecemos a sua opinião!
A sua opinião importa. Ajude-nos a melhorar este artigo do Salto.
Agradecemos o seu contributo!