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Trocar o fogão a gás por uma placa elétrica pode parecer um detalhe, mas para muitas famílias significou mais conforto e menos gasto. Foi esse o objetivo do Programa E-Lar: ajudar quem queria tornar a casa mais eficiente e sustentável.
O apoio abriu a 30 de setembro de 2025, esgotou em seis dias e já encerrou candidaturas. Ainda assim, vale a pena perceber como funcionava e se poderá voltar em breve.
O E-Lar nasceu no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), dentro da Componente C13 dedicada à eficiência energética em edifícios. Na prática, pretendia dar um empurrão real às casas portuguesas: mais conforto térmico no dia a dia, contas de energia mais baixas e uma transição tranquila do gás para soluções elétricas modernas. Ao mesmo tempo, garantia o destino correto dos aparelhos antigos, reforçando a recolha e a reciclagem.
O apoio chegava através de um voucher digital. Depois da candidatura aprovada, a pessoa recebia o vale por e-mail e tinha 60 dias para o ativar numa loja aderente. A partir daí, o processo ficava tratado com o fornecedor: até 45 dias para entregar e instalar o novo equipamento e para recolher o antigo.
Podiam concorrer pessoas singulares maiores de idade, residentes em Portugal Continental, incluindo:
A medida focou-se na troca de aparelhos a gás por equipamentos elétricos equivalentes. Eram apoiadas estas tipologias:
Um dos pontos-chave do programa era garantir que os equipamentos substituídos fossem, de facto, mais eficientes e amigos do ambiente. Por isso, só eram apoiadas as compras de modelos com classe energética A ou superior, uma forma de assegurar que o investimento feito pelas famílias se traduzia em menos consumo e mais poupança a longo prazo.
Ainda assim, o Governo acabou por introduzir uma exceção prática para os termoacumuladores com capacidade superior a 30 litros. Como a maioria dos modelos com classe A disponíveis no mercado não tinha capacidade suficiente para responder às necessidades de uma família, passou a ser possível adquirir equipamentos de classe B ou superior sem perder o direito ao apoio. Foi uma adaptação importante, pensada precisamente para que o programa conseguisse chegar a mais lares e dar resposta às realidades do dia a dia.
O E-Lar funcionou com montantes unitários de referência por equipamento, diferentes consoante o grupo do beneficiário. Na prática, o “cheque” máximo para famílias com TSEE rondava 1.683 euros (com IVA e incluindo serviços elegíveis), o que tem sido comunicado publicamente como “até cerca de 1.700 euros”.
| Equipamento | Grupos I e II - Bairros Mais Sustentáveis e TSEE (valores c/ IVA) | Grupo III - Outras Pessoas Singulares (valores s/ IVA) |
|---|---|---|
| Placa elétrica de indução | 369 € | 300 € |
| Placa elétrica convencional | 179,60 € | 146 € |
| Conjunto placa + forno | 738 € | 600 € |
| Forno elétrico | 369 € | 300 € |
| Termoacumulador elétrico | 615 € | 500 € |
| Serviços adicionais | Transporte: 50 € Instalação placas/fornos: 100 € Instalação termoacumulador: 180 € |
Não elegíveis |
O vale do E-Lar só podia ser usado uma vez, por isso quem quisesse trocar mais do que um eletrodoméstico tinha de fazer todas as compras na mesma loja e no mesmo momento. Era uma forma de simplificar o processo, mas também pedia algum planeamento: escolher tudo antes, comparar preços e garantir que a loja tinha os modelos pretendidos.
E, se o equipamento escolhido custasse mais do que o valor do voucher, não havia problema: bastava pagar a diferença diretamente à loja. Assim, cada pessoa podia optar pelo modelo que realmente queria, sem ficar limitada ao valor do apoio.
As candidaturas ao E-Lar já terminaram, mas vale a pena perceber como funcionava o processo (até porque pode voltar a abrir no futuro). O registo era simples e totalmente online, pensado para facilitar a vida das famílias e evitar burocracias desnecessárias.
O E-Lar teve uma procura enorme. Assim que abriu, a 30 de setembro de 2025, milhares de pessoas correram a submeter a candidatura. Em menos de uma semana, já havia cerca de 40 mil pedidos — um sinal claro de que este tipo de apoio fazia mesmo falta às famílias.
A verba prevista era de 30 milhões de euros, e esgotou quase tão depressa quanto apareceu. O Governo acabou por encerrar o programa antes do prazo, que inicialmente ia até junho de 2026. Para muitos, ficou a sensação de oportunidade perdida; para outros, de esperança num novo arranque.
Ainda não há garantias, mas há vontade. O Governo já admitiu que está a estudar formas de reforçar o orçamento do PRR para que o programa possa regressar ou, pelo menos, dar origem a uma nova fase.
Até lá, o melhor é estar preparado. Reúna desde já os documentos que seriam necessários (como o NIF, NISS, CPE e a fotografia do equipamento a gás), explore os modelos e preços nas lojas aderentes e fique atento ao site do Fundo Ambiental, onde surgem sempre as novidades.
E, se beneficia da Tarifa Social de Energia Elétrica, confirme a sua situação junto do fornecedor. Assim, quando o E-Lar regressar (e é provável que regresse), já terá tudo pronto para aproveitar a oportunidade sem perder tempo.
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