Taxas Euribor em queda: saiba como agir perante este cenário?

4 minutos de leitura
Publicado a 10 Julho 2025
 imagem de uma casa de madeira empilhada nuns blocos de madeira, com umas moedas e uma chave de casa

Depois de meses (ou anos) a ver a prestação da casa subir, finalmente há sinais de alívio. As taxas Euribor estão a descer. Mas será que isso chega para respirar de fundo? Só se souber o que fazer a seguir.

A Euribor, taxa que serve de referência à maioria dos créditos habitação em Portugal, tem vindo a descer de forma consistente. Em junho de 2025, a taxa a 12 meses fixou-se nos 2,081%, a de 6 meses nos 2,116% e a de 3 meses nos 2,087%. E tudo indica que estamos a assistir à maior queda dos últimos 15 anos.

 

 

Porque é que a Euribor tem descido?

O recuo da taxa deve-se, em grande parte, às decisões do Banco Central Europeu (BCE), que tem vindo a cortar as suas taxas diretoras para estimular a economia. E como estas taxas influenciam diretamente a Euribor, o reflexo está à vista: prestações mais baixas para quem tem crédito habitação com taxa variável.

 

 

O que pode (e deve) fazer agora?

A queda da Euribor pode ser uma boa notícia, mas o verdadeiro impacto no seu orçamento depende da sua capacidade de agir. Aqui não falamos apenas de esperar que a prestação baixe na próxima revisão, falamos de agir já para reduzir custos, melhorar condições e garantir maior estabilidade a médio e longo prazo.

 

Estas são as principais estratégias que deve considerar:

 

1. Negociar o spread com o seu banco

O spread é a margem de lucro que o banco aplica ao seu crédito. E, ao contrário da Euribor, este valor não muda com o tempo (a não ser que o renegocie).

 

Porque deve negociar?

  • Se contratou o crédito há alguns anos, é provável que o seu spread esteja desatualizado face às condições atuais do mercado
  • Pode conseguir uma redução significativa se tiver um bom histórico de pagamentos, vínculo laboral estável e taxa de esforço controlada.

Comece por pedir uma simulação e compare com o que está a ser oferecido por outros bancos. Levar essas propostas à mesa de negociação pode jogar a seu favor.

 

2. Transferir o crédito habitação para outra instituição

Se o seu banco não mostrar abertura para renegociar, transferir o crédito pode revelar-se também uma alternativa muito vantajosa.

 

Vantagens da transferência:

  • Pode reduzir o spread e beneficiar de condições mais competitivas
  • Muitos bancos suportam os custos de transferência e oferecem isenção de comissões
  • Pode rever o prazo do crédito e ajustá-lo à sua realidade atual.

 

Exemplo prático:

Um crédito de 150.000 euros com um spread de 1,5% pode passar a ter um spread de 0,8%. O que pode representar uma poupança mensal de 30 a 40 euros e, ao longo de 30 anos, mais de 10 mil euros no total do empréstimo.

3. Rever o seguro de vida do crédito habitação

O seguro de vida é obrigatório, mas não tem de ser o do banco onde fez o crédito. Muitos clientes continuam a pagar o dobro por um seguro com piores coberturas, só porque nunca pensaram em mudar.

 

Porque vale a pena rever:

  • Pode mudar de seguradora a qualquer altura, mesmo mantendo o crédito no mesmo banco
  • Existem alternativas mais baratas e com melhor proteção
  • A poupança é imediata e significativa.

 

4. Avaliar outros custos escondidos no crédito

Além do spread e do seguro de vida, outros encargos podem estar a pesar sem dar conta:

  • Comissões de gestão ou manutenção associadas à conta vinculada ao crédito
  • Serviços bancários obrigatórios, como cartões ou domiciliações
  • Bonificações esquecidas, como reduções no spread por ter ordenado domiciliado ou seguros ativos.

Reveja o contrato com atenção (ou com ajuda de um especialista) e questione o banco sobre cada linha de custo.

 

5. Simular novos cenários com diferentes prazos ou taxas

Está com estabilidade financeira? Pode ser uma boa altura para amortizar parte do capital em dívida ou encurtar o prazo do crédito: duas estratégias que reduzem o custo total do empréstimo.

 

Se está a considerar contratar um novo crédito, simule diferentes cenários com taxa mista (fixa nos primeiros anos e depois variável), pois podem oferecer maior segurança nos primeiros tempos e aproveitar as taxas baixas atuais.

 

 

Está a pensar comprar casa? Também é uma boa altura

Com a Euribor a descer e apoios públicos em vigor (como a garantia para jovens até 35 anos e a isenção de IMT em certas condições), o mercado está mais favorável para quem quer dar o passo da compra.

 

Aliás, muitos bancos estão a lançar campanhas com taxas mistas mais atrativas e condições de financiamento mais acessíveis. Mas atenção: este ambiente pode mudar rapidamente se os bancos decidirem aumentar os spreads ou apertar os critérios de concessão, em resposta à instabilidade global.

 

 

E se a Euribor voltar a subir?

Tudo indica que a descida da Euribor continuará ao longo de 2025, mas o consenso aponta para uma estabilização próxima dos 2% até ao final do ano. E há quem antecipe uma nova subida já em 2026.

 

Por isso, a recomendação é clara: aproveite agora. Renegociar ou transferir o crédito numa fase de juros baixos é, muitas vezes, o segredo para garantir prestações mais suaves… mesmo quando o cenário volta a apertar.

 

 

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

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