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Encontrar casa para arrendar tem sido uma maratona. Para acelerar o passo, o Governo apresentou a estratégia “Construir Portugal” e trocou o conceito de “renda acessível” por renda moderada.
Neste artigo, ajudamos a perceber o que está em causa e o que pode esperar nos próximos meses.
A renda moderada é o novo referencial de política de habitação que define um intervalo de preços entre 400 euros e 2.300 euros/mês. É um intervalo nacional e não tem tetos municipais, com a justificação de garantir transparência e abarcar as zonas com maior pressão, como Lisboa e Porto. O Governo acabou, assim, com o conceito anterior de “renda acessível”, um programa criado para promover habitação a preços inferiores ao valor de mercado, através de parcerias entre o Estado e proprietários privados.
Segundo o Ministério das Infraestruturas e Habitação, o teto de 2.300 euros resulta da prospeção de mercado nas áreas de maior pressão, excluindo segmentos de luxo. O valor de referência usado teve por base um agregado com rendimentos mensais na ordem dos 5.750 euros.
Uma das medidas mais marcantes é a redução do IVA para 6% na construção e reabilitação de casas destinadas à venda até 648 mil euros ou arrendamento com rendas até 2.300 euros. A ideia é baixar custos para aumentar a oferta e, ao mesmo tempo, estimular a construção em zonas onde os preços dispararam, como Lisboa, Porto ou Algarve. Este regime deverá manter-se até 2029, segundo a comunicação oficial do Governo.
O Governo quer também tornar o arrendamento mais atrativo, tanto para quem arrenda como para quem procura casa.
No fundo, é um incentivo para estabilizar o mercado e promover contratos mais duradouros.
Há também benefícios nos impostos patrimoniais. Quem investir em imóveis para arrendamento com renda até 2.300 euros pode beneficiar de isenção de AIMI (Adicional ao IMI) e de dispensa de IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões).
Além disso, os imóveis abrangidos pelo regime têm isenção total de IMI nos primeiros oito anos, passando a beneficiar de uma redução de 50% a partir do nono ano.
Já as empresas que construam, reabilitem ou adquiram imóveis destinados a arrendamento a rendas moderadas beneficiam de uma exclusão de 50% de tributação em IRC.
Outro ponto importante é a simplificação dos processos de licenciamento. As alterações ao Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE) visam encurtar prazos e tornar os procedimentos mais eficientes, especialmente para se dar início a obras de construção de habitação.
Além disso, o Governo lançou a Estratégia PortugalBIM, que promove o uso do Building Information Modeling (BIM) - uma metodologia digital que melhora a colaboração entre todos os intervenientes de uma obra e pode reduzir os custos entre 10% e 20%. A meta é clara: menos burocracia, mais casas construídas em menos tempo.
Ao reduzir o IVA para 6% e diminuir a taxa de IRS para 10% nos contratos de arrendamento com rendas moderadas, o Governo quer aumentar o número de casas disponíveis no mercado. O foco está na classe média, que tem sentido maior dificuldade em encontrar habitação a preços ajustados.
O setor da construção recebeu bem a medida, considerando-a um passo importante para dinamizar o mercado. Ainda assim, há quem sublinhe que será preciso implementar rapidamente estas medidas e garantir critérios transparentes, para que o impacto seja real e não se perca na burocracia.
Aqui as opiniões dividem-se. Há quem veja estas medidas como uma forma de travar a escalada das rendas a médio prazo, já que o aumento da oferta tende a equilibrar o mercado.
Mas também há vozes críticas que alertam que o teto de 2.300 euros pode acabar por definir uma nova referência alta, especialmente em zonas de maior pressão, como Lisboa ou Cascais.
Em resumo, ainda é cedo para perceber qual será o efeito prático e o debate sobre o impacto nos preços está longe de estar fechado.
Os dados mais recentes mostram que a grande maioria das casas disponíveis já se enquadra no conceito de renda moderada. Em Lisboa, cerca de 73% das casas para arrendar ficam neste intervalo; no Porto, a percentagem sobe para 91%.
Na prática, isto significa que a maior parte da oferta existente poderá beneficiar dos novos incentivos fiscais, o que deve acelerar a adesão dos proprietários e, em teoria, reforçar o número de imóveis disponíveis para arrendamento a preços mais equilibrados.
A renda moderada é uma peça de um plano mais amplo. A estratégia Construir Portugal, um plano governamental para a habitação, combina o aumento da oferta e acesso à habitação com incentivos fiscais, simplificação de licenças urbanísticas, mobilização de investimento e reforço do parque público. Entre os eixos anunciados:
Paralelamente, há reforço do parque público a custos controlados, com autorizações recentes para financiar até 12 mil habitações através do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).
A “renda moderada” nasce para ampliar a oferta e tornar o arrendamento mais apelativo para proprietários e viável para famílias de rendimento médio. O sucesso vai depender da execução no terreno e da rapidez em licenciar, construir e colocar casas no mercado.
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