Finanças

Portugueses pedem mais crédito pessoal em 2025

3 minutos de leitura
Publicado a 30 Outubro 2025
alguém a pagar com cartão bancário num TPA

Se há palavra que marcou 2025 no setor financeiro em Portugal, foi crédito. E não falamos apenas do crédito à habitação. O crédito pessoal e ao consumo têm vindo a ganhar terreno, com números que não deixam margem para dúvidas: os portugueses estão a recorrer cada vez mais a este tipo de financiamento.

 

Mas o que está por trás desta subida? E o que representa para as famílias?

 

 

Os números falam por si: Portugueses pedem mais crédito

Segundo os dados do Banco de Portugal, junho e julho de 2025 foram meses de forte crescimento. Só em junho, os bancos emprestaram 726 milhões de euros em crédito ao consumo, mais 13% do que no mesmo mês do ano anterior. Em julho, o valor subiu ainda mais: 826,9 milhões de euros, um salto de 11,4% face a junho e de quase 14% comparando com 2024.

 

Este ritmo coloca Portugal entre os países europeus com maior crescimento no setor. No primeiro trimestre de 2025, a Eurofinas (Federação Europeia de Crédito ao Consumo) já tinha identificado o país no pódio do aumento de crédito pessoal, com uma subida de 21,3% face ao ano anterior.

 

Para se ter uma ideia, a média europeia foi de apenas 5,5% de crescimento no mesmo período, o que mostra que Portugal está a avançar muito acima dos restantes países.

 

 

Para onde vai o dinheiro do crédito pessoal?

As finalidades são diversas, mas algumas áreas destacam-se:

  • Automóveis: quase metade dos montantes contratados em junho foram para a compra de carros, sobretudo usados. Em média, cada contrato rondou os 15 mil euros

  • Obras e outras finalidades pessoais: o crédito para remodelações em casa, consolidação de dívidas (crédito consolidado) ou outras despesas familiares foi também expressivo

  • Educação, saúde e transição energética: este segmento teve um crescimento notável de mais de 36% em junho, impulsionado, sobretudo, pelo crédito pessoal, refletindo um maior investimento das famílias em necessidades de médio e longo prazo

  • Cartões e linhas de crédito: só em junho representaram cerca de 113 milhões de euros, com taxas de juro a rondar os 19%, as mais elevadas do mercado.

 

Conseguimos ver que não estamos apenas a falar de compras de impulso: há uma clara aposta em despesas ligadas a projetos pessoais, mobilidade e eficiência energética.

O que explica esta subida do crédito?

Há várias razões que ajudam a perceber este fenómeno:

 

  • Descida das prestações do crédito à habitação. Com a estabilização e descida das Euribor em 2025, muitas famílias viram as prestações mensais aliviar. Essa folga orçamental deu margem para pensar noutras despesas, como renovar a casa, trocar de carro ou investir em projetos pessoais. O que antes parecia impossível de encaixar no orçamento, agora é visto como viável graças ao alívio nas contas da habitação
  • Confiança dos consumidores. Depois de um período marcado por inflação elevada e taxas de juro em máximos, a perceção de que a economia está mais estável devolveu confiança às famílias. A sensação de maior segurança incentiva as pessoas a recorrer ao crédito, não só para necessidades imediatas, mas também para planos de médio prazo, como educação ou transição energética
  • Aumento dos preços. Automóveis, materiais de construção, equipamentos eletrónicos e serviços de saúde e educação ficaram mais caros nos últimos anos. Por isso, mesmo que o consumo não aumente em quantidade, o valor a financiar é maior. Por exemplo, trocar de carro usado em 2025 implica um investimento médio mais alto do que há dois anos, o que se reflete em créditos de maior montante
  • Concorrência entre instituições. A banca e as financeiras especializadas têm estado particularmente ativas. Multiplicam-se as campanhas de crédito rápido, soluções online que aprovam em minutos e produtos direcionados para finalidades muito específicas, como eficiência energética ou equipamentos tecnológicos. Esta maior oferta torna o crédito mais acessível e apelativo, mesmo para quem antes hesitava em recorrer a financiamento.

 

 

Mas nem tudo são boas notícias…

Apesar do entusiasmo, os especialistas deixam alertas importantes. O crescimento do crédito pode trazer riscos acrescidos para as famílias se não houver planeamento.

 

A inflação voltou a subir, a economia global continua instável e os cartões de crédito mantêm taxas de juro muito elevadas. Um crédito fácil hoje pode transformar-se num peso difícil de suportar amanhã.

 

Daí a importância da literacia financeira: compreender bem os custos do crédito, comparar ofertas e escolher prazos adequados é meio caminho andado para evitar problemas.

 

Como regra prática, a prestação mensal não deve ultrapassar os 30% a 35% do rendimento disponível da família. Fazer simulações e avaliar diferentes propostas ajuda a garantir que o crédito funciona como apoio e não como um risco de sobre-endividamento.

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

Vai mesmo deixar para amanhã?

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