Num contexto de crise, todas as oportunidades devem ser aproveitadas para manter as contas da sua empresa equilibradas. O retomar do pagamento das prestações de crédito pode ser um momento delicado para alguns negócios. Para o evitar, veja como usar a moratória para acumular fundo de maneio.
O recurso à moratória permitiu aumentar a liquidez de muitas empresas, mas existe alguma incerteza sobre o que pode acontecer quando essa moratória terminar.
Assim, é fundamental aproveitar esta fase para tentar consolidar as finanças da sua empresa através do aumento do fundo de maneio.
Em março de 2020, quando se começaram a perceber os efeitos económicos do confinamento e da pandemia, foi criada a primeira moratória bancária pública para créditos de empresas com o Decreto-lei nº10-J/2020. Desde então, tem sido sucessivamente prolongada e modificada.
Através deste mecanismo, empresas, empresários em nome individual e entidades da economia social, incluindo instituições particulares de solidariedade social e associações sem fins lucrativos podem adiar parte ou a totalidade do pagamento dos seus empréstimos bancários.
Esta foi a forma de muitas empresas - que por estarem temporariamente encerradas ou devido à quebra de receitas perderam liquidez - sentirem algum alívio na tesouraria. Adiando a amortização de capital dos empréstimos e/ou o pagamento de juros, puderam continuar em funcionamento, ainda que com algumas dificuldades.
Os dados do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal (BdP), divulgado em dezembro de 2020, são importantes para aferir a importância das moratórias para as empresas nacionais.
Vejamos alguns dados que constam do documento:
Assim, se a sua empresa aderiu à moratória e conseguiu alguma folga de tesouraria, esta poderá ser a altura certa para acumular fundo de maneio que permita encarar, com mais tranquilidade, o período em que terá de retomar o pagamento do empréstimo.
Num contexto de crise, pode não ser fácil atingir este objetivo, mas é ainda mais importante encontrar formas de equilibrar ou reequilibrar as contas.
O primeiro passo pode ser analisar detalhadamente as contas da sua empresa, verificando a relação entre despesas e receitas. E aqui, coloca-se desde logo a questão fundamental para a sustentabilidade financeira de qualquer negócio: como reduzir custos e aumentar receitas?
O corte do lado da despesa pode passar por reorganizar procedimentos de forma a poupar tempo e dinheiro. Ou por abdicar de serviços fornecidos por terceiros e que possam ser efetuados internamente, se tal for financeiramente vantajoso. Mas também pode acontecer o contrário: ou seja, perceber que o outsourcing pode ficar mais barato do que a solução interna.
Faça contas, peça orçamentos e estude a melhor forma de manter ou ganhar produtividade gastando menos.
É também importante perceber se existem despesas supérfluas que possa cortar ou gastos que, embora necessários, possam ser reduzidos. E aqui entra, por exemplo, a renegociação com fornecedores, quer de produtos e matérias-primas, quer de serviços, como telecomunicações.
Aproveite também para analisar os contratos de seguros da sua empresa. A oferta no mercado é muito grande e poderá obter uma poupança significativa. Tenha, no entanto, em atenção as coberturas e exclusões. Compare só situações idênticas.
Se a sua empresa se enquadra num dos CAE que constam do anexo à Portaria n.º 15-B/2021, que traz alterações ao regulamento do Programa APOIAR, pode beneficiar de apoios no âmbito deste programa.
De facto, existem diferentes apoios a que as empresas podem recorrer. Alguns são específicos para determinados setores - por exemplo, a restauração - mas outros abrangem mais setores.
Como estas medidas estão em constante atualização e vão sendo alargadas à medida que mais empresas necessitam de apoio, é importante manter-se informado, consultando, por exemplo, as páginas do IAPMEI ou do Governo para estar a par das novidades mais recentes.
A solução para ter mais fundo de maneio pode passar também pelo aumento das receitas. Embora seja uma fase difícil para a maioria das empresas, existem formas para tentar fazer crescer os rendimentos.
Uma delas passa por intensificar a política de cobranças, insistindo para que os pagamentos - ou pelo menos uma parte - sejam feitos de forma mais célere. Adequar o tipo de crédito dado aos clientes à celeridade no pagamento pode ser uma boa estratégia para começar a receber mais cedo.
O aumento das receitas pode igualmente ser conseguido através da diversificação de produtos ou serviços que a empresa disponibiliza. Durante o primeiro confinamento alguns negócios tiveram de se reinventar, encontrando novas soluções para se manterem em atividade.
Apostar seriamente no online e estudar novos mercados podem ser opções para trazer mudanças positivas à tesouraria da sua empresa, fidelizando clientes e atraindo outros.
Cada poupança que possa fazer nesta altura é importante para reforçar o fundo de maneio, garantindo o cumprimento dos compromissos a curto prazo, mas também a médio e longo prazo.
Num contexto de crise, e em que a sustentabilidade da sua empresa poderá estar ameaçada, é importante concentrar esforços na procura de soluções que estabilizem as finanças.
O clima é ainda de incerteza, pelo que nunca será demais prevenir, gerindo o fundo de maneio de forma a evitar o incumprimento e garantindo que o fim da moratória não tem um impacto demasiado forte na sua empresa.
Caso tenha aderido à moratória até 31 de março de 2021 e o crédito não tenha beneficiado de nenhuma moratória, a duração é de nove meses, no limite até 31 de dezembro de 2021.
Para as empresas que estejam já a beneficiar de moratórias desde 2020 - considerando a legislação atualmente em vigor -, a data de fim é 30 de setembro de 2021.
As empresas cujo CAE conste do anexo ao Decreto-Lei n.º 78-A/2020, e que pertencem a setores em que o impacto económico da economia foi maior, têm acesso a uma prorrogação automática de 12 meses do seu contrato de crédito a 30 de setembro de 2021. Esta prorrogação é adicional à prorrogação já efetuada relativa ao período da moratória.
É, por isso, essencial pensar em como gerir o fim da moratória. Uma das formas de o fazer é usar a moratória para acumular fundo de maneio.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
Num contexto de crise, todas as oportunidades devem ser aproveitadas para manter as contas da sua empresa equilibradas. O retomar do pagamento das prestações de crédito pode ser um momento delicado para alguns negócios. Para o evitar, veja como usar a moratória para acumular fundo de maneio.
O recurso à moratória permitiu aumentar a liquidez de muitas empresas, mas existe alguma incerteza sobre o que pode acontecer quando essa moratória terminar.
Assim, é fundamental aproveitar esta fase para tentar consolidar as finanças da sua empresa através do aumento do fundo de maneio.
Em março de 2020, quando se começaram a perceber os efeitos económicos do confinamento e da pandemia, foi criada a primeira moratória bancária pública para créditos de empresas com o Decreto-lei nº10-J/2020. Desde então, tem sido sucessivamente prolongada e modificada.
Através deste mecanismo, empresas, empresários em nome individual e entidades da economia social, incluindo instituições particulares de solidariedade social e associações sem fins lucrativos podem adiar parte ou a totalidade do pagamento dos seus empréstimos bancários.
Esta foi a forma de muitas empresas - que por estarem temporariamente encerradas ou devido à quebra de receitas perderam liquidez - sentirem algum alívio na tesouraria. Adiando a amortização de capital dos empréstimos e/ou o pagamento de juros, puderam continuar em funcionamento, ainda que com algumas dificuldades.
Os dados do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal (BdP), divulgado em dezembro de 2020, são importantes para aferir a importância das moratórias para as empresas nacionais.
Vejamos alguns dados que constam do documento:
Assim, se a sua empresa aderiu à moratória e conseguiu alguma folga de tesouraria, esta poderá ser a altura certa para acumular fundo de maneio que permita encarar, com mais tranquilidade, o período em que terá de retomar o pagamento do empréstimo.
Num contexto de crise, pode não ser fácil atingir este objetivo, mas é ainda mais importante encontrar formas de equilibrar ou reequilibrar as contas.
O primeiro passo pode ser analisar detalhadamente as contas da sua empresa, verificando a relação entre despesas e receitas. E aqui, coloca-se desde logo a questão fundamental para a sustentabilidade financeira de qualquer negócio: como reduzir custos e aumentar receitas?
O corte do lado da despesa pode passar por reorganizar procedimentos de forma a poupar tempo e dinheiro. Ou por abdicar de serviços fornecidos por terceiros e que possam ser efetuados internamente, se tal for financeiramente vantajoso. Mas também pode acontecer o contrário: ou seja, perceber que o outsourcing pode ficar mais barato do que a solução interna.
Faça contas, peça orçamentos e estude a melhor forma de manter ou ganhar produtividade gastando menos.
É também importante perceber se existem despesas supérfluas que possa cortar ou gastos que, embora necessários, possam ser reduzidos. E aqui entra, por exemplo, a renegociação com fornecedores, quer de produtos e matérias-primas, quer de serviços, como telecomunicações.
Aproveite também para analisar os contratos de seguros da sua empresa. A oferta no mercado é muito grande e poderá obter uma poupança significativa. Tenha, no entanto, em atenção as coberturas e exclusões. Compare só situações idênticas.
Se a sua empresa se enquadra num dos CAE que constam do anexo à Portaria n.º 15-B/2021, que traz alterações ao regulamento do Programa APOIAR, pode beneficiar de apoios no âmbito deste programa.
De facto, existem diferentes apoios a que as empresas podem recorrer. Alguns são específicos para determinados setores - por exemplo, a restauração - mas outros abrangem mais setores.
Como estas medidas estão em constante atualização e vão sendo alargadas à medida que mais empresas necessitam de apoio, é importante manter-se informado, consultando, por exemplo, as páginas do IAPMEI ou do Governo para estar a par das novidades mais recentes.
A solução para ter mais fundo de maneio pode passar também pelo aumento das receitas. Embora seja uma fase difícil para a maioria das empresas, existem formas para tentar fazer crescer os rendimentos.
Uma delas passa por intensificar a política de cobranças, insistindo para que os pagamentos - ou pelo menos uma parte - sejam feitos de forma mais célere. Adequar o tipo de crédito dado aos clientes à celeridade no pagamento pode ser uma boa estratégia para começar a receber mais cedo.
O aumento das receitas pode igualmente ser conseguido através da diversificação de produtos ou serviços que a empresa disponibiliza. Durante o primeiro confinamento alguns negócios tiveram de se reinventar, encontrando novas soluções para se manterem em atividade.
Apostar seriamente no online e estudar novos mercados podem ser opções para trazer mudanças positivas à tesouraria da sua empresa, fidelizando clientes e atraindo outros.
Cada poupança que possa fazer nesta altura é importante para reforçar o fundo de maneio, garantindo o cumprimento dos compromissos a curto prazo, mas também a médio e longo prazo.
Num contexto de crise, e em que a sustentabilidade da sua empresa poderá estar ameaçada, é importante concentrar esforços na procura de soluções que estabilizem as finanças.
O clima é ainda de incerteza, pelo que nunca será demais prevenir, gerindo o fundo de maneio de forma a evitar o incumprimento e garantindo que o fim da moratória não tem um impacto demasiado forte na sua empresa.
Caso tenha aderido à moratória até 31 de março de 2021 e o crédito não tenha beneficiado de nenhuma moratória, a duração é de nove meses, no limite até 31 de dezembro de 2021.
Para as empresas que estejam já a beneficiar de moratórias desde 2020 - considerando a legislação atualmente em vigor -, a data de fim é 30 de setembro de 2021.
As empresas cujo CAE conste do anexo ao Decreto-Lei n.º 78-A/2020, e que pertencem a setores em que o impacto económico da economia foi maior, têm acesso a uma prorrogação automática de 12 meses do seu contrato de crédito a 30 de setembro de 2021. Esta prorrogação é adicional à prorrogação já efetuada relativa ao período da moratória.
É, por isso, essencial pensar em como gerir o fim da moratória. Uma das formas de o fazer é usar a moratória para acumular fundo de maneio.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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