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O que é o MTIC, como funciona e porque é tão importante

07 mai 2025 | 3 min de leitura

Quanto é que vai realmente pagar pelo seu crédito? A resposta pode não estar na prestação mensal, mas sim numa sigla que poucos conhecem bem: o MTIC.

Sabemos que pedir um crédito pode parecer um quebra-cabeças, com tantas taxas, siglas e números a baralhar qualquer um. Neste artigo trazemos-lhe mais um conceito: o Montante Total Imputado ao Consumidor  (MTIC). Mas não se assuste nem desista! Vamos explicar-lhe, de forma simples, porque é que este valor merece a sua atenção.

 

 

O que é o MTIC?

Significa Montante Total Imputado ao Consumidor e representa o custo total do empréstimo, em euros, desde o primeiro ao último pagamento. O valor do MTIC inclui:

 

  • O montante que pediu emprestado (o capital)
  • Os juros
  • As comissões bancárias
  • Os impostos
  • E outros encargos obrigatórios associados ao crédito (como seguros, por exemplo).

 

Por exemplo, se pedir um crédito pessoal de 12.000 euros e o MTIC for 15.128,72 euros, significa que, no final do contrato, terá pago 3.128,72 euros a mais só em custos do crédito.

 

 

Onde posso consultar o MTIC?

Sempre que pedir uma proposta de crédito, o MTIC vem indicado num documento obrigatório que o banco ou instituição financeira tem de lhe fornecer antes da assinatura do contrato.

 

Este documento chama-se:

 

  • FIN (Ficha de Informação Normalizada): quando se trata de crédito ao consumo (crédito pessoal, automóvel, consolidado, etc.)
  • FINE (Ficha de Informação Normalizada Europeia): no caso do crédito à habitação ou créditos com garantia hipotecária.

 

Em ambas as fichas, vai encontrar o MTIC num campo específico que pode estar identificado como:

 

  • “Montante Total Imputado ao Consumidor”, na FIN, ou
  • “Montante total a reembolsar (MTIC)”, na FINE.

 

Se ainda estiver em fase de comparação de propostas, pode também simular diferentes cenários online e descarregar estes documentos para os analisar com calma e ao seu tempo.

 

 

Como se calcula o MTIC?

A boa notícia é que não precisa de fazer contas, pois o valor é calculado automaticamente pelas instituições financeiras quando lhe apresentam uma proposta. Mas, se quiser perceber como se obtém esse número final, considere a fórmula-base:

 

MTIC = Montante do Empréstimo + Custos do Crédito

 

E esses custos podem incluir:

 

  • Juros (TAN e TAEG)
  • Comissões iniciais e mensais
  • Seguros obrigatórios (vida, multirriscos, etc.)
  • Impostos (como o Imposto do Selo)
  • Taxas de amortização antecipada, caso se aplique.

 

Importa também lembrar que, no caso de créditos com taxa variável ou mista, como acontece frequentemente no crédito à habitação, o MTIC funciona apenas como uma estimativa porque as prestações podem mudar ao longo do tempo, consoante a evolução da Euribor. Nestes casos, o valor final a pagar pode acabar por ser maior ou menor do que o MTIC indicado inicialmente.

 

 

Porque é que o MTIC é tão importante?

Essencialmente, porque é o único número que mostra, de forma clara e direta, quanto vai custar realmente o seu crédito no fim do contrato.

 

Muita gente olha apenas para o valor da prestação mensal. Claro que é importante perceber quanto vai pagar todos os meses e garantir que o valor cabe no orçamento. Mas focar-se só na prestação pode sair caro.

 

Por exemplo, pode acontecer que uma proposta tenha uma prestação mais baixa, mas um prazo mais longo e, por isso, um MTIC bastante mais alto. No fim, estará a pagar muito mais ao banco, mas em pequenas prestações.

 

Sugerimos: quando tiver duas propostas semelhantes em termos de montante e prazo, olhe para o MTIC. A proposta com o MTIC mais baixo será, regra geral, a mais vantajosa.

 

 

Perceber o MTIC na hora de comparar propostas

Imagine dois créditos à habitação para financiar 150.000 euros, a pagar em 30 anos, com taxas variáveis:

  • Proposta A: prestação de 705 euros, MTIC de 256.258,90 euros
  • Proposta B: prestação de 660 euros, MTIC de 279.880,13 euros.

 

À primeira vista, a proposta B parece mais simpática, afinal, a prestação é mais baixa. Mas atenção: ao longo de 30 anos, isto traduz-se numa diferença de mais de 23.000 euros pagos ao banco.

 

No fim do dia, o crédito é uma decisão que vai acompanhar a vida financeira durante anos. Saber olhar para além da prestação mensal e perceber o que está realmente em jogo faz toda a diferença.

 

 

 

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